sábado, dezembro 28, 2013

Comentários Eleison: Billot II

Comentários Eleison – por Dom Williamson
CCCXXXVII – (337) – (28 de dezembro de 2013): 

BILLOT II


            Não só apenas com base nos nomes das sete Igrejas da Ásia (cf. “Comentários” 337), mas também no conteúdo das sete Cartas endereçadas a elas (Ap 2-3) que o Cardeal Billot estabelece a conexão entre as Cartas e os sete principais períodos da história da Igreja. Nesse sentido, é de especial interesse a Carta à igreja de Sardes (Ap 3, 1-6) que corresponderia à nossa própria Idade, a quinta, a Idade da Apostasia. Depois de evocar a riqueza, a luxúria e a prosperidade material associadas a Creso, famoso governante de Sardes, Billot escreve:

“Como se poderia esperar, esta igreja parece estar em um estado de declínio espiritual. A apostasia e a decadência estão por todos os lados, mas enquanto a maioria das almas abandona a religião, há umas poucas que permanecem fieis a Cristo. O anjo disse: ‘Tens alguns nomes em Sardes que não contaminaram as tuas vestes’ mas: ‘Tens o nome de vivo, mas estás morto!’. O nome (mas não a realidade) da vida, do conhecimento, da liberdade, da civilização, do progresso; e estás morto, sentado na obscuridade e na sombra da morte, porque a luz da vida, que é Nosso Senhor Jesus Cristo, foi rejeitada. Por isso, ao bispo de Sardes foi dito: ‘Sê vigilante e consolida as coisas que ainda restam, e que estão para morrer’. E a ele é recomendado antes de tudo que se apegue infalivelmente a todas as tradições dos santos Apóstolos, sem se afastar de modo algum do significado que elas tinham para os Pais da Igreja, com a escusa ou sob a aparência de um entendimento mais profundo: ‘Lembra-te do  que recebeste e ouviste: e observa-o e faz penitência’. E isso é suficiente para a Quinta Idade. O que se segue é um pouco mais animador”.
E o Cardeal passa para a Sexta e para a Sétima Idades.

            Os leitores que nunca leram os primeiros seis versos de Apocalipse III em conexão com nossos próprios tempos deveriam se interessar em fazê-lo. A conexão é notável e não acidental.

            É notável porque “consolida as coisas que ainda restam, e que estão para morrer” corresponde exatamente à Contra-Reforma salvando o Catolicismo do Protestantismo, aos Papas anti-liberais salvando da Revolução Francesa o que remanesceu da Igreja, a Monsenhor Lefebvre (e outros) resgatando a Tradição do Concílio Vaticano II e, agora, à Resistência lutando para salvar o que pode ser salvo do colapso de sua Fraternidade no liberalismo. Os católicos podem seguramente se animar com essa perspectiva: que sua duradoura e aparentemente desesperançada ação de retaguarda vem de um passado distante e se ajusta a um futuro finalmente triunfante. É por isso que nos foi dado o livro do Apocalipse.

            Também, não é a conexão acidental. Nosso Senhor prometeu aos Apóstolos (Jo 16, 12-14) que seu Espírito, o Espírito Santo, estaria com eles e com seus sucessores ao longo das Idades para lhes revelar o que só no momento certo eles precisariam saber. Foi somente quando a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) devastava a Alemanha que ao Venerável Holzhauser foi dado o entendimento das Sete Idades ocultas nas Cartas às sete igrejas da Ásia. De modo similar se deu apenas quando a Revolução Russa estava prestes a estourar, quando nós precisamos que Nossa Senhora nos assegurasse em Fátima que no fim seu Imaculado Coração triunfaria. É verdade que a Igreja está sendo agora eclipsada (vejam na Internet os vídeos com trechos da Missa pública celebrada recentemente no Brasil pelo clérigo de branco), mas continua não havendo necessidade ou justificativa para nos tornarmos liberais.

Kyrie eleison.  

         

sábado, dezembro 21, 2013

Comentários Eleison: Billot I

Comentários Eleison – por Dom Williamson
CCCXXXVI – (336) – (21 de dezembro de 2013): 

BILLOT I

            Durante anos eu venho dando uma conferência sobre as Sete Idades da Igreja, baseada no Comentário do livro do Apocalipse do Venerável Bartholomew Holzhauser. Holzhauser, um padre alemão da primeira metade do século XVII, disse que o escreveu sob inspiração. A conferência tem sido popular, especialmente porque ela encaixa a loucura de nossa época em um padrão harmonioso dentro da história da Igreja. O que eu não sabia, no entanto, é que a visão de Holzhauser é compartilhada por um famoso teólogo clássico, o que torna ainda mais difícil rejeitar Holzhauser como um mero visionário ou “aparicionista”.

            Está em um Epílogo do primeiro volume de seu clássico Tratado sobre a Igreja de Cristo, que o Cardeal Louis Billot (1846-1931) expõe em alguns detalhes a correspondência afirmada por Holzhauser entre os sete principais períodos da história da Igreja e as sete Cartas às sete igrejas da Ásia que compõem os capítulos II e III do livro do Apocalipse. Não há qualquer menção a Holzhauser no Epílogo de Billot, mas é difícil imaginar que não haja conexão. Contudo, Billot tem o cuidado de iniciar a correspondência não de qualquer visão ou inspiração, mas dos nomes gregos das sete igrejas. A conformidade desses nomes ao desenvolvimento da história da Igreja ou é uma notável coincidência, ou mais provavelmente um traço da ação da Providência – Deus, o Mestre da História!

            Assim Billot diz que diz que Éfeso (Ap 2, 1-7) significa em grego “partir”, “pôr-se em marcha”, o que é obviamente adequado à Idade Apostólica (33-70 d.C.) na qual a Igreja começou. Esmirna (Ap 2, 8-11) denomina a segunda igreja, e significa “mirra”, correspondendo à paixão e sofrimento da Segunda Idade da Igreja (70-313 d.C.), aquela dos Mártires. Pérgamo (Ap 2, 12-17) foi uma cidade famosa pela literatura, de modo que “pergamum” veio a significar “material no qual se escreve”, correspondendo ao grupo de grandes escritores da Igreja pertencentes à Terceira Idade da Igreja, que é a dos Doutores (313-800). Tiatira denomina a próxima igreja (Ap 2, 18-29), e quer dizer “esplendor do triunfo”, correspondendo aos 1000 anos de triunfo da Igreja Católica, que se entendeu desde Carlos Magno (742-814) até a Revolução Francesa (1789).

            Esses mil anos poderiam também ser contados por volta da conversão de Clóvis (496) até a eclosão do protestantismo (1517). Mas se é marcado o declínio da Cristandade a partir da Reforma ou da Revolução, de qualquer modo Sardis, que denomina a Quinta Igreja (Ap 3, 1-6), foi a cidade de Créso, um homem fabulosamente rico, que evocava dinheiro em abundância, prosperidade material e decadência espiritual, tal como estão caracterizados os tempos modernos. De fato, as advertências à igreja de Sardis correspondem perfeitamente a nossa própria Idade atual, como nós veremos com Billot nos próximos “Comentários”.

            Claramente nos movemos no futuro com a Sexta Igreja, a da Filadélfia (AP 3, 7-13), que significa “amor” (Fil) da “fraternidade” (adelfia). O Cardeal Billot relacionou esse nome ao grande triunfo da Igreja, marcado notavelmente pela conversão dos judeus como profetizado por São Paulo (Rm 11, 12), e por sua reconciliação com os gentios, finalmente irmãos em Cristo (Ef 2, 14-16).

            Mas a igreja da Filadélfia é advertida sobre essa tribulação que está por vir (Ap 3, 10), que corresponde à Sétima e última Idade da Igreja, que é a de Laodiceia (Ap 3, 14-22), denominada pelo juízo (dike) dos povos (laon). Será a Idade da última e mais terrível prova da Igreja, a perseguição do Anticristo, seguida pelo Julgamento Geral de todas as almas que então já terão vivido, ou seja, de todos os povos.


Kyrie eleison

sábado, dezembro 14, 2013

Comentários Eleison: Padre Rioult II

Comentários Eleison – por Dom Williamson
CCCXXXV – (335) – (14 de dezembro de 2013): 

PADRE RIOULT II

            Permitam-me citar o Padre Rioult, de sua entrevista de 6 de outubro em Paris (cf. EC 333), uma outra questão muito discutida dentro da Resistência católica atual – a da organização. Perguntaram ao Pe. Rioult se ele achava que seria possível criar uma organização de alcance mundial, ou se a opção seria por algum tipo de associação livre, do modo como se agrupam os sedevacantistas há alguns anos. Aqui está sua resposta, desta vez em suas próprias palavras:

“Nos próximos meses eu posso estar criando um tipo amplo de associação baseada na amizade com outros católicos da Resistência, sejam eles sedevacantistas ou não, já que o sedevacantismo é, para mim, uma opinião. Mas a situação aqui e agora não é ainda propícia para uma tal situação. Em todo caso, tudo o que é católico é nosso. Assim nós trabalharemos com quaisquer católicos que estejam prontos para agir como católicos e resistir ao reino supremo do modernismo dentro da Igreja. Então, sim para um amplo tipo de associação que compartilhe o mesmo bem comum; a fé e devoção da Igreja Católica, a defesa da Fé. Ter-se isso como bem comum viabiliza criar amizade entre todos os nossos grupos.

            Eu acho que quanto mais nos aproximamos do fim dos tempos, mais os católicos terão que ser anarquistas – não no princípio, mas na prática. Quero dizer com isso que eles terão que enfrentar todos os poderes constituídos, pois estes terão sido neutralizados, indeterminados ou subvertidos, operando de modo contrário à ordem natural. Assim, na prática os católicos terão que se levantar contra todos eles, na Igreja ou no Estado... porque eles todos serão deformados sob a influência maçônica... servindo de modo ou de outro ao príncipe deste mundo. Então eu acho que será muito difícil criar alguma estrutura de nível mundial. O padre dominicano francês Pe. Roger Calmel tinha uma visão muito clara das coisas. Já nos anos de 1970 ele dizia que os líderes naturais de um dado lugar terão que fazer brilhar o seu ministério naquele lugar, unidos por laços de amizade aos líderes de outros lugares.

            Nos anos de 1970, no periódico francês “Itineraires” (nº 149), ele escreveu: ‘O combate pela Fé terá que ser travado por pequenos grupos que se recusam a entrar em quaisquer organizações estruturadas ou universais. Dentro desses vários grupos, sejam eles uma pequena escola, um humilde convento, um grupo de oração, uma reunião de famílias cristãs ou uma organização de peregrinação, a autoridade é real e aceita por todos. Tudo o que é necessário é que cada católico vá tão longe quanto a sua graça e a sua autoridade o levem na pequena esfera que certamente lhe compete liderar, e na qual se encarregará de fazê-lo sem que sobre si haja qualquer grande estrutura administrativa’.”

            Se o Pe. Calmel tivesse escrito nos anos de 1970 para as circunstâncias da década de 70, se poderia dizer que ele estava olhando muito à frente, ou que Monsenhor Lefebvre, ao organizar a Fraternidade Sacerdotal São Pio X, mostrou ser possível que isso se desse ainda naquela década. Mas eu acho que o Pe. Calmel estava certo em relação ao tempo. Alguém poderia ainda dizer, observando o que aconteceu com a Fraternidade no ano passado, que ela não estaria destinada a durar muito. Monsenhor Lefebvre, como o Papa São Pio X, conduziu uma maravilhosa ação de retaguarda, mas deve ser levado em conta o tanto menos que Monsenhor pôde realizar agindo setenta anos depois do Papa, e agora já se passaram quarenta anos desde a ação do Monsenhor. Em um mundo marchando em direção à sua ruína, a realização da profecia do Pe. Calmel não poderia ser indefinidamente retardada.

            Caros leitores, se nós desejamos ficar com Nosso Senhor, nós não temos outra escolha que não nos prepararmos para a luta. Em minha opinião, o Pe. Calmel e o Pe. Rioult estão certos. Mãe de Deus, Auxiliadora dos Cristãos, ajude-nos!


Kyrie eleison.   

sábado, dezembro 07, 2013

Comentários Eleison: Resistência Transatlântica

Comentários Eleison – por Dom Williamson
CCCXXXIV– (334) – (7 de dezembro de 2013)

RESISTÊNCIA TRANSATLÂNTICA


            Durante a viagem no fim do último outono, eu estive em centros da Resistência Católica no Canadá, nos Estados Unidos e no México, e observei que, embora a Resistência seja fraca em número, ela é forte na Fé, e isso significa que ela certamente tem um futuro. Mais uma vez a história de fieis remanescentes está a se repetir. Com Deus é a qualidade que conta, e não a quantidade.

            Quebec, outrora a mais católica província do Canadá, foi devastada pelo Vaticano II, mas depois do Concílio a Fraternidade Sacerdotal São Pio X construiu importantes centros tradicionais em Montreal e em Levis, próximos à cidade de Quebec. Em Levis os tradicionalistas estão agora se dividindo, já que almas fortes na fé começaram a perceber a perigosa mudança de curso em direção à Neoigreja por parte da Fraternidade. A cisão entre os tradicionalistas é uma grande lástima, mas a Fé deve vir primeiro, e por isso as almas podem ver que a elas está sendo dada a graça de se unirem à Resistência. Esta tem o futuro que a Neoigreja não tem.

            Algo de grande interesse para o futuro da Resistência nos EUA é a iniciativa do seminário do Padre Joseph Pfeiffer em Kentucky, que tinha seis seminaristas quando eu passei por lá no início de novembro. Admiro o fato de que o Padre Pfeiffer tenha como intento dar um tipo diferente de formação sacerdotal, apropriado para as insanas circunstâncias de hoje. Uma vez que campos de internato têm sido preparados por todo o território dos EUA por alguns “rebeldes” que se oporão seriamente à Nova Ordem Mundial, é sensato que se esteja pensando em fazer com que futuros sacerdotes aprendam de cor um Catecismo e uma história da Bíblia, como se fossem escritos para crianças! Pois não têm os clássicos seminários da Fraternidade produzido muitos sacerdotes fortes o suficiente na Fé para perceber a necessidade da Resistência? Como após o Vaticano II, tantos “bons” padres estão apenas seguindo adiante.   

            No Texas eu discursei em um encontro de patriotas de direita que vêm por muitos anos se reunido em torno do jornalSpotlight, atualmente o American Free Press, a fim de defender seu país de antipatriotas. É certo que nem todos eles são católicos, mas compreendem que há um problema sério na política de sua nação. De todo modo, eles ouviram atentamente o argumento de que a política é simplesmente uma consequência da religião, ou de sua falta, e que a única solução é um retorno ao Catolicismo.

            No norte do México um antigo sacerdote da FSSPX do Chile, Padre René Trincado, está prosperamente construindo capelas da Resistência que eu visitei em Chiuaua e Saltillo, e parece que ainda outro importante centro da Resistência surgirá brevemente em Guadalajara, a grande cidade que foi o centro dos famosos levantes católicos dos Cristeros nos anos de 1920. De fato, a Resistência é um desorganizado e espontâneo levante dos católicos tradicionais em todo o mundo. Seu senso de Fé está reagindo instintivamente à mudança de direção para a Igreja mainstream que vem sendo imposta pela cúpula da Fraternidade. Essa unidade no retorno à Neoigreja é a unidade pelo suicídio da Fé.

            Minha última parada foi na Cidade do México, cenário da famosa conquista do México em 1521 por Hernán Cortés. Ainda mais merecedora de fama é a conquista espiritual da terra, dez anos depois, por Nossa Senhora em suas aparições em Guadalupe, que criou um país católico totalmente novo. Até hoje seu santuário atrai milhões de peregrinos, e é o mesmo instinto de Fé que está permitindo que outro antigo sacerdote da FSSPX, Padre Hugo Ruiz, comece a construir o que virá certamente a ser um importante centro da Resistência na capital daquela nação.

            Resumindo, o mundo pode estar mergulhando no caos, e a FSSPX mainstream pode sucumbir no esforço de resistir a esse mergulho, mas um resto de almas está percebendo o que está acontecendo, e está agindo para preservar a Fé. Ela pode estar a caminho das catacumbas, mas não irá morrer.

Kyrie eleison.

sábado, novembro 30, 2013

Comentários Eleison: Padre Rioult I

Comentários Eleison – por Dom Williamson
CCCXXXIII – (333) – (30 de novembro de 2013): 

PADRE RIOULT I

            Por que será que não houve nenhum levante entre os padres da Fraternidade Sacerdotal São Pio X quando seus superiores perderam o apego à doutrina católica e a subsequente traição do trabalho de Monsenhor Lefebvre veio a se tornar suficientemente clara, o que se deu a partir de março do ano passado? O Padre Olivier Rioult, pioneiro da “Resistência” na França, expôs algumas boas razões em uma entrevista concedida no mês passado, acessível em francês no site pelagiusasturiensis.wordpress.com. O seguinte resumo é uma livre adaptação do texto original:  

            Basicamente, o pecado original: uma vez que com a luta original pela Tradição nos anos de 1970 e 1980 a sobrevivência dos fundamentos da Fé estava garantida, os tradicionalistas se assentaram sobre suas glórias para desfrutar de seus cômodos enclaves e caíram em uma confortável rotina que agora relutam em perder. Eles perderam o espírito de luta pela Fé.

            Em segundo lugar, a forma particular do pecado original que é o liberalismo: nos últimos dez anos, os superiores da Fraternidade vêm enfraquecendo a luta contra o liberalismo, o erro e a imodéstia. Mas parar de nadar contra a correnteza é se deixar arrastar por ela, e um grande número de padres da FSSPX – mas certamente não todos – vêm enfraquecendo suas convicções e pregações.

            Em terceiro lugar, o ativismo: alguns colegas também podem estar se dedicando excessivamente a seus deveres sacerdotais, ficando sem tempo ou inclinação para a leitura ou o estudo. Transformando-se em meros administradores e comunicadores, eles vêm enfraquecendo suas convicções e pregações.

            Em quarto lugar, a astúcia de Dom Fellay: durante anos, sua fala dupla enganou a todos, exceto a uma pequena minoria de almas lúcidas que não poderiam absolutamente ter lhe dado ouvidos. Só no ano passado é que sua máscara caiu com o “Cor Unum” de março e com sua resposta de 14 de abril aos três bispos. Mas a grande maioria dos tradicionalistas ele pôs para dormir (como está agora novamente a fazer).

            Em quinto lugar, o medo do desconhecido: quando todo mundo em torno de você está enlouquecendo, e você encontra um enclave de sanidade, e então o enclave também começa a enlouquecer, isso requer uma força incomum de caráter para que se encare a realidade e não se dê preferência a uma ilusão ou outra – e quantas ilusões há hoje por aí! Assim, muitos padres percebem que estão vivendo em um drama que requer decisões crucificantes, mas eles carecem da coragem necessária para se lançarem no desconhecido.

            Por último, mas não menos importante, os maus superiores: é claro que sempre houve liberais dentro da FSSPX, como dentro da Igreja mainstream, mas contanto que os superiores se mantenham firmes, aqueles podem ser colocados em xeque. Contudo, quando na Igreja mainstream João XXIII e Paulo VI favoreceram o liberalismo, o resultado foi uma imensa onda, e agora que os superiores da FSSPX se tornaram liberais, o liberalismo está tomando conta da Fraternidade como jamais teria feito sob bons líderes, verdadeiros líderes.

            Essas razões dadas pelo Padre Rioult são todas verdadeiras, mas nenhuma delas é mais forte do que a Fé, que é a “nossa vitória sobre o mundo” (1Jo 5, 4). De fato, se poderia dizer que todas as razões se seguem da falta de uma Fé forte o suficiente por parte dos padres, pois eles estão vivendo em um mundo no qual o apego à Verdade de toda alma viva tem sido perdido – e se a Verdade não é verdadeira, como pode a Fé ser verdadeira?

            Então, qual é a maneira mais simples para se fortalecer o apego à Fé, o que nós absolutamente precisamos fazer diante das loucas circunstâncias atuais? Em minha opinião:

“Vigiem e orem, vigiem e orem,
Quinze Mistérios todos os dias”.                                            


Kyrie eleison. 

quinta-feira, novembro 28, 2013

Cartas do Reitor [Rector’s Letters] Vols. 1 e 2 – Bispo Williamson



Caros amigos,

            Temos o prazer de lhes anunciar que os Volumes 1 e 2 das Cartas do Reitor de autoria de Sua Excelência já podem ser adquiridos no site da Iniciativa S. Marcel.

            Esses volumes produzidos pela True Restoration Press são remanescentes do estoque e foram recentemente obtidos por Sua Excelência. Eles estão disponíveis individualmente ou em pacote com um desconto substancial.

            A nova editora de Sua Excelência, a Dinoscopus Editions, sob a Iniciativa S. Marcel, está preparada para relançar todos os quatro volumes das Cartas do Reitor, e espera ter a reedição completa antes que se esgote o estoque, em algum momento do próximo ano.

            Muito obrigado por seu contínuo interesse e apoio aos Comentários Eleison e todos os empreendimentos de Sua Excelência.

Os Administradores
            Dinoscopus.org.

sábado, novembro 23, 2013

Comentários Eleison: Primeiro a Fé

Comentários Eleison – por Dom Williamson
CCCXXXII – (332) – (23 de novembro de 2013): 


PRIMEIRO A FÉ

            A grande lição deixada por Monsenhor Lefebvre (1905-1991) para os católicos que tinham ouvidos para ouvir foi a de que a fé é mais importante que a obediência. A triste lição que nós temos aprendido é que a obediência vem tendo prioridade sobre a fé. Estes “Comentários”, continuamente compelidos pela confusão atual na Igreja, no mundo e na Fraternidade Sacerdotal São Pio X, a fim de que retomem seus princípios, têm frequentemente tentado explicar por que a fé deve ter prioridade.

            Tomem como exemplo os argumentos de um honorável padre da FSSPX que recentemente me enviou um e-mail acusando-me de avaliar equivocadamente o presente estado da FSSPX. Minha resistência à – como eu a chamo – Neo-Fraternidade, diz ele, 1) tem motivações demasiadamente pessoais, 2) não leva em conta o bem da Igreja, 3) é inconsistente com as posições que eu tomei anteriormente, 4) carece do realismo católico, 5) é contra a indefectibilidade da Igreja, 6) é para que cada homem seja seu próprio Papa, 7) é para uma visão modernista da Igreja, 8) é protestante, 9) é contra a união com Roma e, finalmente, 10) distancia as almas da Igreja.

            Agora, eu não sou Monsenhor Lefebvre e não pretendo sê-lo, mas meu colega percebe que ele poderia ter aplicado todos esses argumentos (exceto o terceiro) há trinta anos atrás à resistência de Monsenhor às autoridades da Igreja oficial em Roma? A resistência de Monsenhor era então 1) motivada apenas pela necessidade urgente de defesa da fé, 2) pelo bem da Igreja Universal, 4) de um modo completamente realista (como os frutos católicos de sua Fraternidade o provaram), 5) comprovadora, e não desaprovadora, por sua resistência, da indefectibilidade da Igreja, 6) para que a Igreja de todos os tempos fosse a medida dos Papas, 7) contra todas as loucuras do neo-modernismo, 8) contra a renovação do protestantismo por parte do modernismo, 9) pela união com a Roma Católica de todos os tempos e, finalmente, 10) ajudar muitas almas verdadeiramente católicas a manterem a fé ao invés de perdê-la.

            E o que justificou a resistência de Monsenhor naquele momento? O que provou que ele não era, apesar das aparências, um rebelde como Lutero, mas um verdadeiro católico e um grande servo da Igreja? Sua doutrina, sua doutrina, sua doutrina! Ao contrário de Lutero, que supriu da missa os ensinamentos católicos, Monsenhor afirmou todos eles. Foi em nome da doutrina da fé que Monsenhor assumiu sua posição contra os Papas conciliares e as autoridades da Igreja que estavam minando as bases da doutrina pela renovação e adoção dos temíveis erros do modernismo.

            Então o que justifica agora uma certa resistência à liderança da FSSPX? Como podem aqueles que resistem alegar que sejam verdadeiros servos da FSSPX? Doutrina, doutrina, doutrina! A declaração de meados de abril de 2012 foi a prova de uma pavorosa deficiência doutrinal no topo da FSSPX, e ainda que a Declaração tivesse sido retirada, seu conteúdo não foi retratado, mas defendido, como sendo, por exemplo, “um tanto sutil”! Nenhum dos documentos oficiais da Fraternidade, o de 14 de julho de 2012, e o de 27 de junho de 2013, desfizeram propriamente o dano. A prova é que a política governante do QG da FSSPX não mudou. Caro colega, sua própria Fraternidade foi fundada pondo-se a fé antes da aparente obediência, e agora o senhor quer defender a Fraternidade priorizando a aparente obediência à Fraternidade em detrimento da fé? Estude os documentos e observe as ações!

Kyrie eleison.

P.S. Em tempo, se alguém tiver a coleção completa de traduções destes “Comentários” em espanhol ou francês desde que elas começaram a aparecer, por volta dos EC 100, peço que, por favor, nos diga.

           

sábado, novembro 16, 2013

Comentários Eleison: Líderes do Amanhã

Comentários Eleison – por Dom Williamson
CCCXXXI – (331) – (16 de novembro de 2013): 

LÍDERES DO AMANHÃ


Há duas boas razões pelas quais nem mesmo os católicos sobrenaturais devem deixar de lado as questões econômicas. Do ponto de vista individual, para que sustentem seu próprio lar eles precisam do senso comum nesse campo, tão depreciado hoje em dia. E do ponto de vista social, precisam ter algum entendimento do que está acontecendo na sociedade em torno deles, porque a verdade sobre isso está severamente distorcida pelos agentes conscientes ou inconscientes da Nova Ordem Mundial (NOM) anti-cristã, que visam a fazer com que todas as almas caiam no inferno.

Já foi recomendado aos leitores mais de uma vez por aqui, o senso comum e veracidade de um comentador americano, o Dr. Paul Craig Roberts. Ele escreveu recentemente um artigo argumentando que a crise real no governo dos EUA não é esse “shutdown”, do qual muito se tem falado, mas sua constante inabilidade subjacente para equilibrar seus orçamentos, devido à renda muito baixa e às excessivas despesas. A renda muito baixa ele atribui não às despesas do Seguro Social, que cobre seus próprios gastos, mas a décadas de envio da produção industrial americana para terras estrangeiras com trabalho barato. Isso tem então empobrecido os consumidores americanos, levando a renda por meio dos impostos a diminuir seriamente. Então ele diagnostica que para que o governo americano resolva essa verdadeira crise, a produção deve permanecer no país, e as guerras estrangeiras devem cessar. Mas “interesses organizados poderosos se opõem a quaisquer dessas medidas, e então o Congresso não fará nenhuma das duas coisas”.

De fato, o Dr. Roberts acrescenta que, em sua opinião, a economia americana não pode ser salva nessa presente forma, pois o uso insensato da tecnologia está exaurindo o ambiente. Além disso, os economistas são “incapazes de pensar originalmente” e “são eleitos representantes que dependem dos interesses privados que financiam suas campanhas para eleições”, então, “nesse momento o colapso parece ser o mais provável prognóstico”. E sairá algo mais inteligente apenas das ruínas, diz ele, se é que haverá líderes capazes de mostrar o caminho.

O Doutor pinta um quadro sombrio, mas ao seu senso comum e às suas verdades devem ser dada a devida atenção. O senso comum indica que um maior problema orçamentário deve ser resolvido por um maior aumento na renda ou por um maior corte de gastos, ou ambos. Isso não pode ser resolvido mergulhando-se em uma dívida ainda mais colossal. Uma verdade que ele menciona é a tolice de economistas sem senso comum, como por exemplo, a pretensão de afirmar que a produção industrial, estando desatualizada, pode muito bem ser exportada. Outra verdade é a do poder dos “interesses organizados” que forçam guerras no exterior, e dos “interesses privados” que controlam as eleições supostamente democráticas.

Mas que motivos podem ter esses interesses para intentarem levar a economia dos Estados Unidos ao colapso? Agentes da NOM estão trabalhando duro para destruir o que há de orgulho e identidade nacional nos Estados Unidos e em todas as nações do Ocidente até que eles se deixem ser mais facilmente absorvidos pela NOM. Os economistas serão feitos de bobos nas Escolas de Economia, e os representantes eleitos serão generosamente pagos para afundar seus países na dívida, porque as Escrituras dizem que os devedores farão de si mesmos servos, ou escravos, do credor. Assim o problema dos governos ocidentais está se tornando deliberadamente tão insolúvel que a tentação de distrair a escravização dos povos com a Terceira Guerra Mundial se tornará eventualmente irresistível. Não foi só isso o que resistiu ao recente esforço de ataque à Síria? Católicos, vocês terão que ser amanhã aqueles líderes que o Dr. Roberts espera para hoje. Apenas vocês têm a imagem completa. Estudem e rezem.


Kyrie eleison  

sábado, novembro 09, 2013

Comentários Eleison: Fátima Contestada

Comentários Eleison – por Dom Williamson
CCCXXX – (330) – (9 de novembro de 2013): 

FÁTIMA CONTESTADA


            No início do século vinte, Deus seguramente deu ao mundo moderno duas grandes luzes: uma no campo teórico, em 1907, por meio de Pio X: a Encíclica Pascendi, visando a denunciar o erro chave do subjetivismo; e outra no campo da prática, em 1917, por meio de sua Mãe: as aparições de Fátima, a fim de prover um remédio para a monstruosa praga do comunismo. Mas o Demônio desviou a atenção que deveria ser dada à Pascendi, e levantou uma série de objeções para pôr Fátima em descrédito. Aqui estão algumas das principais:

*Como podemos levar a sério a versão do Cardeal Ottaviani da terceira parte do Segredo de Fátima se Nossa Senhora supostamente diz ali que uma terceira guerra mundial iria começar no final do século vinte? Os anos 2000 já vieram e se foram, e não houve Terceira Guerra Mundial alguma.
Há um interessante paralelo entre a segunda e a terceira parte do Segredo de Fátima. Na segunda parte Nossa Senhora disse que uma guerra pior que a Primeira Guerra Mundial iria começar sob o reinado do próximo Papa, que viria a ser Pio XI. Porém Pio XI morreu na primavera de 1939, e a Segunda Guerra Mundial foi declarada apenas no outono, quando Pio II já era Papa. O calendário de Nossa Senhora estaria equivocado? Não. Ela simplesmente se ateve à realidade e não às aparências. Na realidade, a Segunda Guerra Mundial começou em 1938, quando Stalin decidiu fazer um pacto com Hitler, o liberando para fazer guerra em sua frente ocidental. Vejam nas Cartas do Reitor de maio de 2000 (em eleisonkommentar.blogspot.com) toda essa fascinante história do verdadeiro começo da Segunda Guerra Mundial. Agora, se a versão de Ottaviani é ou não o verdadeiro “Terceiro Segredo”, não pode a realidade ser que a Terceira Guerra Mundial começou no Oriente Médio antes do ano 2000, por exemplo, com a primeira invasão do Iraque em 1991? As coisas nem sempre são como elas aparentam.

*Na Segunda Guerra Mundial nós vimos os horríveis bombardeios a Dresden, Tóquio e Nagasaki. O que há de novidade aqui?
Considera-se que o total de mortes na Segunda Guerra seja cerca de 66 milhões. Se alguém ler corretamente os tantos alertas de Nossa Senhora, e não apenas os de Fátima, verá que as baixas da Terceira Guerra Mundial e do Castigo irão ser contabilizadas em milhares de milhões. Na ordem de 100 vezes pior.

*Mas em que o Castigo material poderia ser pior do que o castigo espiritual de nossos dias?
É verdade que depois da queda de Adão e Eva, o Vaticano II foi o pior desastre em toda a história da humanidade. A maioria dos homens o vê como uma grande libertação. “Paus e pedras quebrarão meus ossos, mas as palavras nunca irão me ferir”, diz o velho ditado. Punições espirituais são em si mesmas muito maiores, mas elas provêem coisas materiais para que nós, homens, compreendamos (cf. Mt. IX, 6, e Jo , 27).

*Nossa Senhora prometeu em Fátima um período de paz se o Papa realizasse uma certa consagração. Os Papas têm realizado desde então muitas consagrações, mas nós não temos tido paz.
É verdade, tem havido muitas consagrações sem dúvida inspiradas por Nossa Senhora de Fátima, mas nenhuma ainda como ela pediu: pelo Papa, da Rússia, ao seu Imaculado Coração, em união com todos os bispos do mundo. Uma ou outra dessas quatro condições tem sempre faltado

*Nossa Senhora nos falou em Fátima de “nações sendo aniquiladas” e de “um período de paz”. Vimos nações aniquiladas na Segunda Guerra Mundial, e um período de paz nos anos 50. Suas profecias se concretizaram.
Quantas nações têm sido aniquiladas desde a Segunda Guerra Mundial, e quanto de paz houve na Guerra Fria nos anos 50? Nossa Senhora falou em Fátima de eventos de proporções muito maiores do que os que já ocorreram.

            Sagrado Coração de Jesus, tem piedade de nós. Imaculado Coração de Maria, interceda por nós.

Kyrie eleison.

sábado, novembro 02, 2013

Por Favor, Ajudem

Comentários Eleison – por Dom Williamson
CCCXXIX – (329) – (02 de novembro de 2013): 

POR FAVOR, AJUDEM

            Nos últimos 20 anos eu tenho dito regularmente que a Fraternidade Sacerdotal São Pio X poderia fracassar. Os colegas nunca gostam quando eu digo isso, e ao contrário do que algumas pessoas pensam, eu nunca gostei de fazê-lo, mas aqui estamos. Aqui, por exemplo, está uma citação enviada a mim recentemente por um leitor, tirada de um sermão de ordenações que eu dei em 1984, da qual, é claro, eu já havia esquecido completamente:
           
            “No começo da Igreja Militante, Jesus Cristo guiou seus seguidores através das catacumbas e das perseguições até a vida ao céu aberto, e no fim da Igreja Militante Ele pode muito bem guiá-los de volta às catacumbas em meio a perseguições. Se assim for, e se nós formos para as catacumbas, para muitos de nós certamente não terá sido sem influência da Fraternidade, mas o retorno às catacumbas em si nós podemos ter de realizar sem a Fraternidade (...). Caros seminaristas! Eu lhes digo regularmente (...) que o mundo inteiro está contra eles; que o mundo inteiro está se precipitando para o inferno; que a Fraternidade Sacerdotal São Pio X pode facilmente perecer; que o futuro é negro e que os lugares onde não há escuridão estão cheios de condenação. Saibam vocês que eu acredito que se alguns dos meus terríveis pressentimentos se tornarem realidade, os seminaristas ficarão agradavelmente surpresos!

            E o que eu penso que vejo agora na “Resistência”? O doloroso mas firme surgimento da alegre remanescência de católicos oriunda dos remanescentes tradicionalistas que surgiram das ruínas do Vaticano II. Nada ainda me persuade da necessidade de uma estrutura ou seminário para substituir aqueles da FSSPX, mas estes ainda são os primeiros dias da história da Resistência. O que eu penso que seja necessário é uma base de operações da Resistência na Inglaterra, não longe do continente e nem dos aeroportos de Londres, uma construção que ofereça alguma solidez à Resistência, e que provenha, por exemplo, um refúgio onde os sacerdotes possam se restabelecer ao menos por uns poucos dias, sob nenhum tipo de pressão, das reais dificuldades do apostolado dos dias atuais.

            A casa foi escolhida, ela existe, nós concordamos em comprá-la, e as doações estão chegando, mas nós precisamos de 40.000 libras até o fim de novembro e de outras 360.000 libras até meados de dezembro. Eu não gosto de fazer promessas, mas com a ajuda de Deus, eu acho que posso prometer não abandonar a defesa da Fé, independente da forma que ela possa vir a tomar nos próximos anos. Por favor, ajudem, e na sombra atual do colapso financeiro de amanhã, pensem em fazer um investimento garantido por todas as hostes do Céu. Que Deus os abençoe por toda e quaisquer doações. Segue abaixo novamente os detalhes dos meios de pagamento.

Kyrie eleison      

* Pequenas contribuições em QUALQUER MOEDA por cartão de débito ou crédito de qualquer lugar do mundo podem facilmente chegar até nós via Paypal (Vá para  www.paypal.com/sendmoney e envie a contribuição para buildingfund@stmarcelinitiative.com).

* Contribuições em LIBRAS ESTERLINAS por cheque bancário ou cheque devem ser feitas e enviadas para St Marcel Initiative, P.O. Box 423, Deal CT 14 4BF, England.

* Cheque bancário ou cheque em DÓLARES AMERICANOS deve também ser feito para St Marcel Initiative e enviado para 9051 Watson Rd., Suite 279, Crestwood, MO 63126, USA (as contribuições nos EUA serão logo deduzidas).

* Em EUROS, os cheques devem ser feitos para “Institut Culturel St Benoît”, devendo ser enviados para ICSB, BP 60232, F78002 Versailles Cedex, France. Euros também podem ser enviados por transferência bancária de dentro da França para RIB - 20041 01012 6704 141J033 09; e de fora da França para a conta do International Bank de número (que deve ser suficiente) IBAN - FR85 2004 1010 1267 0414 1J03 309, com BIC – PSSTFRPPSCE.   


* Para transferência bancária de outro banco pedimos que, por favor, nos escreva para obter detalhes no seguinte endereço: buildingfund@dinoscopus.org, ou, nos EUA, use a conveniente forma “e-check/bank wire” em www.stmarcelinitiative.com.       

sábado, outubro 26, 2013

Comentários Eleison: A Queda da FSSPX

Comentários Eleison – por Dom Williamson
CCCXXVIII – (328) – (26 de outubro de 2013): 

A Queda da FSSPX


Para a Glória de Deus e pela salvação das almas é essencial analisar por que, nas atuais circunstâncias, um fim ameaça os 40 anos gloriosos de defesa da Fé pela Fraternidade Sacerdotal São Pio X. Um artigo e uma carta escritos recentemente podem ajudar nesse sentido: um artigo que analisa a queda da Fraternidade, e uma carta com uma nota de esperança com o modo pelo qual ela pode se reerguer.

O artigo apareceu na internet em francês (ver “Um Évêque se lève”). Depois de ler um livro sobre utopismo na educação moderna, que compara este com o mesmo sonho irreal na política moderna, o autor do artigo descobriu que o mesmo padrão em seis estágios poderia ser aplicado à FSSPX. Em primeiro lugar, o padrão: 1. Uma recusa da natureza humana como um dado para se trabalhar com, e não contra. 2. Um sonho de fabricar a criança/homem completamente nova. 3. A exclusão das estruturas naturais da família/sociedade. 4. O total remodelamento da criança para gerar uma nova sociedade perfeita. 5. Os resultados desastrosos, apesar de todas as boas intenções iniciais – 6. Crianças ignorantes e perversas, e uma sociedade em apostasia e fazendo guerra contra Deus.

Em segundo lugar, a aplicação à FSSPX: 1. A recusa da realidade da crise sem precedentes na Igreja. 2. O sonho de fabricar uma reconciliação entre a Igreja Conciliar e a Tradição. 3. A exclusão da interação natural entre os líderes e liderados. 4. Um total remodelamento da autoridade católica para se impor o sonho (na educação, na política ou na FSSPX, quando o sonhador se confronta com a dura realidade, ele é obrigado a usar todas as forças que tem à disposição para esmagar a realidade – seu sonho é muito mais amável). 5. A desastrosa stalinização da FSSPX resultante, apesar de todas as piedosas intenções. 6. Perda do espírito de luta, o que tende a conduzir à completa perda da Fé.

A carta que me chegou por e-mail segue as mesmas linhas gerais da análise, mas acrescenta uma nota de esperança. O Papa Francisco e o Bispo Fellay, por serem quem são (ambos utópicos, pode-se acrescentar), fazem o autor da carta pensar que o acordo entre Roma e a FSSPX certamente ocorrerá, e que a resistência será reprimida. Ele acha que, se a FSSPX cair, terá sido por subestimar os leigos e por subempregá-los para ajudar a estabelecer na Fraternidade o Reinado Social de Cristo Rei. A FSSPX precisa apenas restabelecer-se com os leigos para trabalhar por esse Reinado, e – aqui está a nota esperançosa – assim ela irá reunir e fortalecer todos os tipos de católicos que têm mantido a Fé apesar de tudo o que eles têm sofrido nos anos recentes, vindos do Novus Ordo, da Ecclesia Dei, dos Franciscanos da Imaculada, e de qualquer outro lugar. Assim, conclui o escritor da carta, “a FSSPX, pela ação daqueles fieis remanescentes, não irá mergulhar no caos, muito pelo contrário”.

De minha parte, apesar de concordar que o clericalismo (subvalorizando os leigos) tenha sido um aspecto do problema da FSSPX, não acho que seja a raiz do problema. Penso que a raiz tenha sido, antes, o generalizado voltar-se para o homem ao invés de para Deus (cf. Jer. XVII 5, 7), uma queda longe de estar restrita à FSSPX, com a conseqüente perda da verdade e falsidade objetivas, e do bem e do mal objetivos. Contudo, eu concordo com a visão do escritor da carta no tocante a uma nova aliança ser formada, em algum momento do futuro, de verdadeiros católicos vindos de todos os cantos da Neo-igreja e da Igreja, para levar adiante a Fé Católica (cf. Mt XIX, 30). Possa a FSSPX despojar-se de seus atuais problemas e passar a desempenhar um papel de liderança, ou melhor, um humilde papel nessa aliança.


Kyrie eleison

sábado, outubro 19, 2013

Comentários Eleison: Francisco sem Deus

Comentários Eleison – por Dom Williamson
CCCXXVII – (327) – (19 de outubro de 2013): 

FRANCISCO SEM DEUS


Os católicos que guardam algum senso real de sua fé estão sendo escandalizados pelas palavras e ações do homem que está atualmente sentado na cadeira de Pedro. Quase se pode perguntar se ele foi posto lá para destruir o que ainda resta da Igreja Católica. Como um verdadeiro filho do Vaticano II, ele está se desviando de Deus e se voltando para o homem. Aqui, por exemplo, estão as primeiras nove de onze citações chave extraídas (não por mim) de uma entrevista dada por Francisco em 24 de setembro para um editor ateu de um jornal italiano.

            As citações de 2 a 5 referem-se à Igreja (eu resumo): 2 A administração da Igreja deve ser mais horizontal e menos vertical. 3 A Cúria Romana está muito  preocupada em servir a si mesma. É preciso se voltar para o povo. 4 O Papa não deve mais ser um rei cercado por cortesãos lisonjeiros. 5 Muitos padres estão mais voltados para si, sendo assim obstáculos ao cristianismo. Ora, citações como essas irão obviamente satisfazer um público moderno e democrático que nunca gostou de que a Igreja oficial lhe dissesse o que fazer. Mas estariam essas citações sendo honestas ou justas com os inúmeros Papas, Cúrias, Administrações e padres que antes de Francisco mantiveram por 1900 anos a estrutura da Igreja pela salvação das almas? Irá Francisco, pelo contrário, deixar alguma estrutura de pé e alguma alma salva atrás dele?

            As citações 1 e 6 referem-se ao mundo: 1 Sob a minha guarda, a Igreja ficará fora da política. Para deixar o homem democrático se atirar no inferno? 6 Os dois piores problemas do mundo hoje são os jovens desempregados e a solidão dos idosos. Ora, esses são dois problemas humanos reais de hoje, mas por quê? Não é porque precisamente clérigos como Francisco deixam a política para políticos que priorizam o dinheiro em detrimento dos jovens? E porque clérigos como ele se recusam a cumprir aquelas leis da Igreja que ao manter a família unida ajudam a cuidar dos idosos?

As citações 7 a 9 referem-se à religião: 9 Jesus nos deu apenas um caminho de salvação: o amor ao próximo. Mas o amor ao próximo sem antes o amor de Deus, se torna ódio ao vizinho, como ocorre, por exemplo, no comunismo. 7a Converter pessoas não tem sentido. Faz o maior sentido se, como é o caso, ninguém pode atingir o Paraíso sem acreditar em Deus e em seu Divino Filho: Jesus Cristo! 7b Nós devemos todos nos misturar e mover uns aos outros para o Bem. Mas nós devemos todos nos mover uns aos outros em direção a Deus. O que mais é o Bem? Se Francisco não menciona Deus, quem irá acreditar em Deus?

            A citação 8 é a mais grave de todas: 8a “Eu acredito em Deus, não um Deus católico, não há Deus católico”. Isto é gravemente enganoso. Verdade, Deus é o Deus de todos os homens, mas ele instituiu para todos os homens uma religião, e somente uma religião, e essa religião é a católica. Assim o Deus do Catolicismo é o único Deus verdadeiro. 8b “Jesus é sua encarnação, meu guia e meu pastor, mas Deus, o Pai, Abba, é a luz e o Criador”. Também é gravemente enganoso. Esse “mas” não sugere que Jesus não é o Criador? Será que Francisco crê que Jesus seja algo mais do que apenas um homem? 8c “Cada um tem sua própria ideia de bem e mal e deve escolher seguir o bem e lutar contra o que considera o mal”. Isso não só é absolutamente enganoso, mas é a negação de toda moralidade objetiva, a negação dos princípios da moralidade católica. É um convite a todos os homens para que ajam do jeito que quiserem. Vindo do homem que por todas as aparências é um Papa Católico, é pura insanidade.

O Papa Francisco pode alegar que ele está tentando chegar até o homem moderno, mas chegar até ele sem Deus é como pular num rio perigoso para ajudar um homem que se afoga sem uma corda presa à margem. Irá se afogar junto com ele. Sua Santidade, o senhor não está ajudando, mas se afogando!

Kyrie Eleison. 

quinta-feira, outubro 17, 2013

Correção no Endereço Postal da Saint Marcel Initiative

Caros amigos,

            Infelizmente havia um erro no endereço da Saint Marcel Initiative publicado nos Comentários (326) da semana passada.
            O endereço CORRETO é 9051 Watson Rd., Suite 279, Crestwood, MO 63126, USA. (o errado mostrava 6051 como número da rua).

Pedimos desculpas pela confusão.


Os administradores do Dinoscopus

sábado, outubro 12, 2013

Comentários Eleison: Feliz Aniversário

Comentários Eleison – por Dom Williamson
CCCXXVI – (326) – (12 de outubro de 2013): 

FELIZ ANIVERSÁRIO

            Eu tenho novidades para todos os católicos que já entenderam o que fez Monsenhor Lefebvre. Uma casa com oito dormitórios está sendo comprada no sudeste da Inglaterra para servir como base de operações para quem quiser continuar seu trabalho fora da atual FSSPX. Durante um ano inteiro, desde a minha “exclusão” da FSSPX, eu tenho ficado quieto, ao menos fisicamente falando, observando e esperando para ver como as coisas iriam se desenvolver dentro da FSSPX; mas elas não vêm melhorando, infelizmente.

            E assim como o Monsenhor desejara que a Roma Conciliar trouxesse de volta o seu senso católico, de modo tal que não houvesse mais a necessidade de sua Fraternidade sustentar a Tradição; assim também alguém poderia estar agora a desejar que os presentes líderes da FSSPX trouxessem de volta o modo como o Monsenhor pensava sobre a Roma Conciliar, a ponto de a resistência ao seu conciliarismo virtual tornar-se desnecessária. Mas desejos não afastam a realidade, e essa realidade é que, assim como a Roma Conciliar está obstinada em sua apostasia, os líderes da FSSPX também não cessam de promover sua própria autoridade para fazerem o que eles bem querem com o legado do Monsenhor – ou seja, colocando a autoridade acima da verdade. É por isso que a construção se tornou uma necessidade para que se continue a servir à verdadeira Igreja.

            A casa está sendo comprada na Inglaterra por ser o único país do qual eu não posso ser expulso como estrangeiro. Está localizada no sudeste, com um clima relativamente suave para os padrões ingleses, em uma cidade não tão distante para quem pegar o rápido trem de Londres, e de fácil acesso por duas estações inglesas regularmente servidas pelo Eurostar de Paris e Bruxelas. É uma pitoresca cidade litorânea – amada por Charles Dickens, o mais famoso romancista da Inglaterra –, e deve ser um agradável lugar para os padres visitarem, relaxarem, falarem (com toda discrição), e se recomporem para o difícil apostolado dos dias de hoje. Mas irá custar mais ou menos 400.000 libras para comprá-lo, e seu funcionamento irá custar ainda mais do que meu atual estilo de vida frugal, no qual eu não tenho estado em necessidade e por isso dificilmente tenho feito alguma apelo. Que as pessoas que estão elas mesmas em necessidade não pensem em contribuir (veja II Cor 8, 12-13), mas que os investidores com investimentos frágeis pensem na transferência de fundos para suas contas bancárias completamente seguras no Céu antes do colapso do mercado de ações, e antes das notas de dinheiro se tornarem irreconhecíveis. Eu preciso conseguir um décimo da soma dentro de dois meses, e o restante logo em seguida.

* Pequenas contribuições em QUALQUER MOEDA por cartão de débito ou crédito de qualquer lugar do mundo podem facilmente chegar até nós via Paypal (Vá para  www.paypal.com/sendmoney e envie a contribuição para buildingfund@stmarcelinitiative.com.)
* Contribuições em libras esterlinas por cheque bancário ou cheque devem ser feitas e enviadas para St Marcel Initiative, P.O. Box 423, Deal CT 14 4BF, England.
* Cheque bancário ou cheque em DÓLARES AMERICANOS deve também ser feito para St Marcel Initiative e enviado para 9051 Watson Rd., Suite 279, Crestwood, MO 63126, USA (as contribuições nos EUA serão logo deduzidas).
* Em EUROS, os cheques devem ser feitos para “Institut Culturel St Benoît”, devendo ser enviados para ICSB, BP 60232, F78002 Versailles Cedex, France. Euros também podem ser enviados por transferência bancária de dentro da França para RIB - 20041 01012 6704 141J033 09; e de fora da França para a conta do International Bank de número (que deve ser suficiente) IBAN - FR85 2004 1010 1267 0414 1J03 309, com BIC – PSSTFRPPSCE.    
* Para transferência bancária de outro banco pedimos que, por favor, nos escreva para obter detalhes no seguinte endereço: buildingfund@dinoscopus.org, ou, nos EUA, use a conveniente forma “e-check/bank wire” em www.stmarcelinitiative.com.       

Mediante qualquer contribuição, por favor, marque “Fundo de Construção”. Agradeço desde já por toda e qualquer ajuda.


Kyrie Eleison                               

sábado, outubro 05, 2013

Comentários Eleison: Momento Fatal


Comentários Eleison – por Dom Williamson
CCCXXV – (325) – (5 de outubro de 2013): 

MOMENTO FATAL


A maioria dos leitores destes “Comentários” provavelmente já entendeu a essa altura o grave problema que está paralisando a defesa da Fé pela Fraternidade Sacerdotal São Pio X, e talvez eles prefiram ler outras coisas. Mas tal é a confusão criada em milhões de mentes pelo afastamento global da Fé, que eu acho que dificilmente alguém hoje pode analisar suficientemente a natureza da Fé, a necessidade da Fé e como ela vem sendo corrompida. Deixem-me então, sem querer ficar repetindo sobre os recentes infortúnios e violações da FSSPX, pegar mais um exemplo daquela história do ano passado.

O Capítulo Geral da Fraternidade, de julho de 2012, foi aclamado por muitos de seus participantes, imediatamente depois de seu encerramento, como um triunfo da unidade da Fraternidade sobre aquelas aflições e tensões dos meses anteriores. Desde aquele período, contudo, uma visão mais sóbria do Capítulo veio substituindo a euforia, e muitos daqueles que tomaram parte nele passaram a vê-lo mais propriamente como um desastre para a Fraternidade. Um dos participantes, ou capitulares, como eles chamam, descreveu um momento fatal: quando a liderança de 39 padres da Fraternidade (excluindo a mim) pôs sua própria Fraternidade e seus Superiores de frente para a Doutrina da Fé, tal como a massa de bispos católicos tem feito com o Vaticano II.

            As deliberações do Capítulo iniciaram propriamente com um sério ataque doutrinal do Reitor do seminário da FSSPX em Ecône à Declaração Doutrinal de meados de abril, pela qual a FSSPX tem oficialmente estado pronta para se comprometer com os neo-modernistas em Roma sobre o Concílio, sobre a Nova Missa, sobre o Novo Código de Direito Canônico e sobre a “hermenêutica da continuidade” do Papa Bento. O ataque foi expresso em termos moderados e respeitosos, mas foi mais grave em substância. Isso significou, na verdade, que aqueles que redigiram a Declaração, ou encorajaram que ela fosse submetida a Roma, foram incompetentes em matéria de doutrina católica. Se foram incompetentes conscientemente, eles traíram a Fé; e se o foram inconscientemente, eles se mostraram incompetentes para liderar uma Congregação Católica fundada para defender a Fé. Então um silêncio caiu sobre o Capítulo quando os capitulares começaram a perceber quão grave era a acusação implícita contra seus Superiores.

            Mas então o Reitor do seminário da Fraternidade na Argentina quebrou o silêncio ao dizer que o Capítulo não poderia dar uma bofetada em seu Superior Geral exigindo dele que revogasse a Declaração. A revogação, disse ele, estaria implícita na Declaração final do Capítulo. Assim, alguns outros capitulares levantaram um outro ponto, e o Capítulo mudou de assunto. No entanto, o problema doutrinal da traiçoeira Declaração de meados de abril não foi propriamente resolvido nem pela Declaração final do Capítulo, nem pelas seis Condições para um futuro acordo com Roma, e nem por alguma retratação clara subseqüente da parte do próprio Superior Geral; ao contrário. E a Fraternidade continua a ser conduzida, na prática, de acordo com a mesma política de ser gentil com os inimigos da Fé em Roma, que rasga em pedaços a Fé e, com ela, a Igreja.

            Como os capitulares puderam não ver que o “respeito pelos Superiores” estava sendo posto na frente da Fé? Como eles puderam não insistir que o problema doutrinário, de longe o problema mais importante diante de todo o Capítulo, devia se tornar claro, até todos eles poderem compreender totalmente qual ação deveria ser tomada imediatamente, e não habilmente posposta até o fim do Capítulo? A resposta deve ser que eles eram filhos do mundo moderno, como os bispos do Vaticano II, para os quais a doutrina da Fé não é uma necessidade vital, mas apenas algo que alguém aprende no seminário para se tornar padre, sendo então honrada, mas ao mesmo tempo mais ou menos negligenciada. Leitores, leiam!

Kyrie eleison. 

sábado, setembro 28, 2013

Comentários Eleison: Segredo de Fátima

Comentários Eleison – por Dom Williamson  
CCCXXIV – (324) – (28 de setembro de 2013): 

 SEGREDO DE FÁTIMA


Mais uma vez uma reconstituição da terceira parte do Segredo de Fátima vem à tona, revelada pela Mãe de Deus à Irmã Lúcia de Fátima em 1917, no mês de julho. A Santa Virgem quis que ela fosse publicada no mais tardar em 1960, mas os pérfidos prelados no controle de Roma fingiram que a Virgem havia permitido que ela fosse publicada a partir de 1960, e até hoje permanece trancada. Das dicas sobre seu conteúdo reveladas por uns poucos clérigos que tiveram acesso a ele, muitas tentativas têm sido feitas para reconstituí-lo. Essa última tentativa tem muito a seu favor. Aqui está a sua história.

O Cardeal Ottaviani (1890-1979) foi um alto clérigo sob os Papas Pio XII, João XXIII e Paulo VI, principal protetor da Fé de 1959 a 1968. Tendo lido o Segredo, mas obrigado a manter o sigilo, ele achou um jeito de revelá-lo sem o revelar. Adicionando conteúdo a fim de tornar o Segredo original duas a três vezes mais longo, ele permitiu que a versão estendida fosse publicada, particularmente em uma revista alemã chamada Neues Europa. Mas as autoridades do Vaticano puderam facilmente rejeitá-la sob a alegação de ser falsa, como é até hoje considerada, porque era sabido que o Segredo original tinha apenas 25 linhas escritas à mão.

Contudo, o Cardeal tinha um amigo, Dom Luigi Villa (1918-2012), um padre valente e defensor da verdadeira Igreja, especialmente contra a maçonaria. Em algum momento o Cardeal revelou ao Pe. Villa exatamente quais partes da longa versão pertencia ao Segredo original, e Dom Villa, por sua vez, disse o mesmo a seu fiel colaborador leigo, o Dr. Franco Adessa, que acaba de colocar a mesma informação em um livro recentemente publicado na França. Aqui então estaria o Terceiro Segredo original:

“Um grande castigo cairá sobre toda a humanidade, nem hoje, nem amanhã, mas na segunda metade do século vinte. Em nenhum lugar do mundo há ordem, e Satanás reinará nos mais altos postos, determinando o curso dos eventos. Ele conseguirá trilhar o seu caminho até o topo da Igreja. Para a Igreja também virá o tempo de suas maiores provações. Cardeais irão se opor a cardeais, bispos irão se opor a bispos. Satanás marchará entre eles, e ocorrerão mudanças em Roma. O que está podre irá cair, o que cair não irá se reerguer. A Igreja será obscurecida e o mundo dominado pelo terror. Uma grande guerra ocorrerá na segunda metade do século vinte. Fogo e fumaça cairão do Céu, as águas dos oceanos se tornarão vapor, a espuma do mar irá subir, destruindo e inundando tudo. Milhões e milhões de homens morrerão entre uma hora e outra, enquanto aqueles que sobreviverem invejarão os mortos. A morte estará em todo lugar por causa dos erros cometidos pelos loucos e pelos capangas de Satanás, que então, e só então, reinará sobre o mundo. Finalmente, enquanto aqueles que sobreviverem a esses eventos permanecerem vivos, proclamarão Deus e Sua Glória mais uma vez, e servirão a Ele como o homem costumava fazer quando o mundo ainda não havia se tornado tão perverso”.

Pe. Nicholas Gruner, um especialista em Fátima, acha que essa versão do Segredo pode estar incompleta, faltando uma menção ao Apocalipse e a ação recomendada. Alguém pode também objetar que a segunda metade do século vinte veio e se foi sem nenhuma guerra mundial. Mas os loucos não têm fomentado a guerra no Oriente Médio, continuamente, desde bem antes do ano 2000 até hoje? E é digno de nota que cada frase nessa versão do Segredo ocorre na versão da Neues Europa (acessível na internet), em meio a um material retirado ou copiado de outras fontes piedosas.

De qualquer modo, possa Deus verdadeiramente ter piedade de todos nós e nos deixar rezar o Rosário sem cessar.
                                                                                               
Kyrie Eleison     

sábado, setembro 21, 2013

Comentários Eleison: Queda Horrível III


Comentários Eleison – por Dom Williamson 
CCCXXIII – (323) – (21 de setembro de 2013):
  
 
QUEDA HORRÍVEL III

            No último mês de junho, foi prometido aos leitores destes “Comentários” um terceiro artigo sobre a horrível queda da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, visando a considerar o que pode ser feito. Apenas recentemente apareceu no site “Avec l’Imaculée” um artigo com algumas boas respostas a essa questão, começando com a questão de se os católicos podem frequentar as Missas da FSSPX. Eu resumo e adapto:

            Em 1984, um Indulto de Roma permitiu que a Missa Tridentina fosse celebrada, sob certas condições, dentro da estrutura da Igreja oficial. Perguntado se os católicos poderiam frequentar essas Missas, o Arcebispo Lefebvre respondeu logo em seguida que eles não deveriam, porque sua reentrada na estrutura da Igreja mainstream sob aquelas condições seria equivalente a aceitar o Vaticano II e suas reformas subsequentes. Os padres rezando Missa do Indulto não seriam capazes de falar livremente, e ao aceitarem implicitamente a Nova Missa com o Indulto, eles correriam o risco de cair na nova religião conciliar, levando seus fiéis com eles.

               Em 2012, o Bispo Fellay declarou que a Nova Missa foi legitimamente promulgada, o que é o mesmo que dizer que ela é legítima. Ele segue reprimindo as críticas ao Vaticano II e, enquanto continua mantendo padres e fieis no escuro tanto quanto lhe é possível no tocante ao que realmente pretende, ele constantemente promove as ideias de sua Declaração pró-conciliar de abril de 2012. Portanto, assim como o Arcebispo rejeitou a frequência na Missa do Indulto, agora, como regra geral, freqüentar as Missas da FSSPX deve ser rejeitado, porque mesmo se sua Missa particular continua sendo celebrada de acordo com a Tradição, a FSSPX está sendo remodelada em geral como uma estrutura dentro da qual a nova religião conciliar vem sendo menos e menos desaprovada, e por isso há mais e mais perigo em freqüentar suas Missas.     

            Entretanto, os padres particulares da FSSPX variam entre os genuinamente tradicionais e os virtualmente conciliares. Obviamente há menos perigo em freqüentar as Missas dos primeiros que as destes últimos, mas se o padre aceita tanto defender e aprovar a nova direção imposta pelo QG da FSSPX, ou se ele persegue e exclui dos sacramentos qualquer um que tome parte na Resistência, estes são dois sinais de que suas Missas devem ser evitadas, especialmente se há a Missa de um padre resistente não muito distante. Mas há circunstâncias que também entram no jogo, como aquelas em que, por exemplo, há o risco de uma criança sendo tirada de uma escola decente da FSSPX, o que pode justificar a freqüência em um local de Missa da Fraternidade. Quando o tronco de uma árvore está podre, ainda pode haver ramos de onde brotam folhas verdes.

             O fato é que o tronco da FSSPX está mortalmente ferido, sem esperança, humanamente falando, de recuperação. Como a Sinagoga entre a morte de Nosso Senhor na Cruz e a destruição de Jerusalém em 70 d.C., ela está levando a morte dentro dela, mas ainda não está morta. Os Apóstolos pregavam ali, e os bons judeus ainda assistiam, mas todos eles foram perseguidos e eventualmente expulsos. Se um católico pode ver hoje que por todo o corpo da FSSPX, de cima a baixo, o vírus mortal de uma mentalidade conciliar disfarçada está se propagando, ele deve agir no sentido de ajudar a resgatar tantas almas quanto lhe for possível antes que elas naufraguem na fé com o barco salva-vidas que está afundando.

            Que eles modelem suas próprias convicções, lendo tudo o que tiver ao seu alcance, a começar pela troca de cartas entre os três bispos e o Bispo Fellay em abril de 2012. Que eles falem aos padres e colegas paroquianos para coordenar, por exemplo, a construção de refúgios para padres que podem não ter outro meio para agir. Há muito a ser feito, mas há poucos, no momento, para fazerem. Que Deus esteja com esses poucos.

Kyrie eleison.