domingo, setembro 25, 2016

Comentários Eleison: Belo Queijo

Comentários Eleison - por Dom Williamson
CDXXX (480) - (24 de setembro de 2016): 


BELO QUEIJO


Quanto mais saborosa é a isca colocada no anzol por seus inimigos,    
Mais o pobre peixe se deixa enganar e os toma por amigos.


Na Austrália, há apenas um mês, o Superior Geral da Fraternidade São Pio X pintou um retrato radiante de sua – como ele espera – sujeição iminente da Fraternidade aos oficiais da Roma Conciliar. De um longo discurso, eis aqui algumas observações importantes que ele fez, resumidas ou citadas na íntegra (em itálico):

[. . . ] Roma está oferecendo-nos uma nova estrutura. À sua frente estará um bispo, escolhido pelo Papa de uma lista de três membros da Fraternidade, nomeados pela Fraternidade. Ele terá autoridade sobre os sacerdotes, sobre qualquer religioso que queira aderir à nova estrutura, e sobre os católicos que pertençam à nova estrutura. Estes terão um direito absoluto a receber dos sacerdotes da Fraternidade todos os sacramentos, incluindo o do matrimônio. Esse bispo estará capacitado para fundar escolas e seminários, para ordenar (padres), para estabelecer novas Congregações religiosas. A estrutura será como uma superdiocese, independente de todos os bispos locais. Em outras palavras, para vocês, fiéis, não haverá nenhuma mudança no que vocês já estão desfrutando com a Fraternidade. A única diferença será que vocês estarão reconhecidos oficialmente como católicos.

Vocês podem facilmente imaginar que haverá confrontos com os bispos locais. Então, teremos de ser prudentes, mas do modo como as coisas estão agora vocês não podem imaginar nada melhor do que essa oferta, que é de tal forma que vocês não podem achar que se trate de uma armadilha. Não é uma armadilha, e se alguém nos faz uma oferta assim só pode ser porque nos quer bem. Ele quer que a Tradição prospere e floresça dentro da Igreja. É impossível que uma oferta como essa possa vir de nossos inimigos.  Eles têm muitos outros modos de esmagar-nos, mas não dessa maneira [. . . ].

As observações aqui destacadas em negrito exigem comentários:

* Uma "nova estrutura" presumivelmente significa que a estrutura de Dom Lefebvre para a Fraternidade será, essencialmente, abandonada. Roma está criando uma entidade completamente nova. Adeus, querida FSSPX.

* Um "bispo escolhido pelo Papa" é extremamente importante. E o líder da "nova estrutura", será presumivelmente escolhido pelo Papa. Perguntem à Fraternidade São Pedro o que isso significa. Significou nos anos de 1990 que a sua própria eleição para Superior Geral foi sendo anulada por Roma, até que a própria eleição de Roma foi instalada à força (Padre. A. D.), para manter a São Pedro obediente.

* Note também como esse bispo estará capacitado a "ordenar (padres)", mas não bispos. Roma conservará assim o chicote à mão sobre a nova entidade.

* "Não haverá nenhuma mudança"? Mas é claro que haverá! Roma estará a partir de então no controle.

* "Vocês estarão reconhecidos oficialmente" – mas, que católico precisa de qualquer reconhecimento por tais destruidores da Igreja como o são seus oficiais neomodernistas atuais? Qualquer reconhecimento assim só pode ser um mau sinal.

* "Não é uma armadilha. . . "? Todo este parágrafo é verdadeiramente notável. O autor destes "Comentários" se sente obrigado a voltar-se para Mickey Mouse e para a sua amada companheira, Minnie Mouse, para comentar:

Mickey: Querida, você pode sentir esse cheiro de queijo delicioso que estou sentindo? Ah, olha, ali está!

Minnie: Mas Mickey, é uma ratoeira, armada pelo dono da casa para livrar-se de nós. Você não consegue ver isso?

Mickey: Não pode ser uma armadilha! Digo a você, se alguém nos oferece um queijo bom assim só pode ser porque nos deseja o bem. Está claro que ele quer que nós, os ratos, prosperemos e floresçamos dentro de sua casa.

Minnie (suplicando): Oh, querido, você não pode lembrar-se de quantos dos nossos primos morreram dessa maneira?

Mickey: Pela última vez, digo a você - e eu nunca me engano - é impossível que um queijo tão delicioso venha de nossos inimigos! Eles nunca poderiam esmagar-nos dessa maneira.

Minnie (com um profundo suspiro): Não há melhor maneira de esmagar-nos! E quantos mais de nossos amigos e parentes vão seguir a sua liderança? Oh, orgulho masculino!

Perdoem a frivolidade, queridos leitores - há razões para temer que estejamos lidando com uma verdadeira Disneylândia!

Kyrie eleison.

sábado, setembro 17, 2016

Comentários Eleison: Infalibilidade da Igreja

Comentários Eleison - por Dom Williamson
CDLXXIX (479) - (17 de setembro de 2016):


INFALIBILIDADE DA IGREJA


Os Papas conciliares eu tenho de “desobedecer”,
Mas se eles são ou não Papas, eu não preciso estabelecer.

            Da terra para o Céu sobem problemas. Do Céu para a terra descem soluções. Frequentemente, um problema católico precisa apenas ser elevado para tornar-se menos problemático. Um exemplo clássico pode ser o problema dos Papas conciliares, um problema que temos confrontado desde 2013 como nuca antes, ao menos tão brutalmente. Há, de qualquer forma, um mistério envolvido, mas se nós não escalamos alto o suficiente, caímos facilmente presos em uma das duas tentações clássicas: se ele é o Papa, então eu devo obedecê-lo; ou, eu não posso obedecê-lo, então ele não pode ser Papa. Mas se subo da humanidade do Papa para a divindade da Igreja, então percebo que a assim chamada infalibilidade papal é realmente uma infalibilidade da Igreja, que deixa muito mais espaço para que este ou aquele Papa, ou mesmo uma série de Papas, seja bastante menos que satisfatório. Vamos direto à definição de infalibilidade de 1870, em si mesma infalível. Aqui está o texto, com algumas palavras grifadas e números inseridos:
           
            Nós ensinamos e definimos ser um dogma Divinamente revelado que o Romano Pontífice, quando fala ex cathedra, isto é, quando no exercício do ofício de pastor e doutor de todos os cristãos, 1 por virtude de sua suprema autoridade apostólica, 2 define 3 uma doutrina relacionada à fé e aos costumes 4 que deve ser sustentada por toda a Igreja universal, em virtude da assistência divina que lhe foi prometida na pessoa do Bem-Aventurado Pedro, goza daquela infalibilidade com a qual o Redentor Divino quis que sua Igreja fosse munida ao definir doutrina relacionada à fé e aos costumes; e que, portanto, tais definições do Romano Pontífice são por si mesmas, e não pelo consentimento da Igreja, irreformáveis – Concílio Vaticano, Sessão IV, Const. De Ecclesiâ Christi, Capítulo IV.  

            Neste texto nós vemos claramente as famosas quatro condições para que o Papa fale infalivelmente, mas vemos também que seguem imediatamente as palavras aqui grifadas que não parecem ser frequentemente notadas, mas que deixam bastante claro de onde vem a infalibilidade do Papa: ela vem não dele mesmo, mas da Igreja. Tracemos uma comparação familiar da vida moderna, de uma dona de causa que pluga seu ferro elétrico em uma tomada na parede. Para que o ferro esquente, ela deve plugá-lo na tomada, mas a eletricidade que então esquentará o ferro dela vem obviamente não dela mesma, mas da central de energia elétrica local.
           
            Para que uma definição papal seja infalível, o Papa deve plugar as quatro condições na Igreja, por assim dizer, e ele é a única pessoa na terra que pode fazer tal coisa – eis porque é chamada “infalibilidade papal” –, mas a proteção infalível do erro que ele então obtém provém não dele mesmo, mas do Espírito Santo através da Igreja, assim como a eletricidade vem não da dona de casa, mas da central de energia elétrica através da tomada. E então, assim como a dona de casa pode ter todos os tipos de qualidades ou defeitos pessoais, mas sempre que ela põe o plugue na tomada esses defeitos não fazem nenhuma diferença para o processo de aquecimento do ferro; similarmente o Papa pode ser um santo ou muito menos que um santo, mas se ele é o Papa devidamente nomeado ou eleito, então a partir do momento em que ele emprega as quatro condições, sua definição será necessariamente livre de erro.

            Isso significa que sempre que o Papa não envolve essas quatro condições, estritamente falando ele pode dizer absurdos, tal como o resto de nós, sem que a Igreja deixe de ser infalível. E, de fato, sua Infalibilidade Ordinária é muito mais importante que essa Infalibilidade Extraordinária das definições papais, como os números anteriores destes “Comentários” procuraram ilustrar com outra comparação familiar, aquela entre uma montanha e sua capa de neve (ver CEs 343 e 344 de 8 e 15 de fevereiro de 2014). A capa de neve pode propiciar uma visibilidade maior, mas para que seja vista onde está, depende completamente do tamanho da montanha debaixo dela. Então, uma vez que nós tenhamos elevado o problema, não é mais tão importante para a Igreja que os Papas conciliares estejam com o juízo comprometido. Podemos sofrer aqui embaixo com os Papas falíveis, mas a Mãe Igreja permanece serenamente infalível.

Kyrie eleison.

domingo, setembro 11, 2016

Comentários Eleison: As Origens do Islã

Comentários Eleison - por Dom Williamson
CDLXXVIII (478) - (10 de setembro de 2016):


AS ORIGENS DO ISLÃ


Quem se beneficia de os inimigos de Nosso Senhor fomentar?
Aqueles dos quais Deus se serve para com aflições nos castigar.

Ao recomendar aos leitores o “Complô Contra a Igreja”, de Maurice Pinay, um livro que prova com farta documentação que o principal inimigo da Igreja por dois mil anos tem sido os Judeus, estes “Comentários” afirmaram que os judeus estavam por trás do Islamismo, da Maçonaria e do Comunismo. Nenhum leitor contestou que eles estavam por trás da Maçonaria e do Comunismo, mas alguns perguntaram o que prova que eles estão também por trás do Islamismo. Na verdade, uma vez que o Islã surgiu no século VII d.C., não há documentação como as que existem para as modernas raízes da Maçonaria e do Comunismo. Na verdade, os especialistas sobre o Islã dirão que muitos dos documentos originais no início do Islã foram destruídos, precisamente para encobrir suas verdadeiras origens. Ficamos com os textos do próprio Corão e argumentos históricos para apontar os Judeus como os criadores do Islã.

Quanto ao texto do Corão, alguém que o estudou de perto antes do Concílio, Hanna Zakarias, chegou à conclusão em seu livro “True Mohammed, False Koran”, que ele foi inteiramente o trabalho de um rabino judeu. Para apoiar sua tese de que o Islã é simplesmente Judaísmo, explicado aos árabes por um rabino para convertê-los ao único verdadeiro Deus do Velho Testamento, Zakarias sustenta que não há nenhuma história e nenhum detalhe no Corão que não sejam especificamente judaicos, referindo-se ao Velho Testamento, ao Talmude ou à outra literatura judaica. Somente um judeu ­– ele argumenta –, poderia glorificar Israel como o Corão faz, como cabeça das nações, único receptor da única Revelação do único Deus verdadeiro. Assim, passagens no Corão honrando, por exemplo, João Batista e a Santíssima Virgem, honram-nos puramente como sendo judeus, cortando toda ligação com a cristandade (Sura XIX, 1-21). Quanto a Jesus, ele pode ter sido o filho de Maria, mas ele certamente não era o Filho de Deus.

Na contramão, um estudante pós-conciliar do Islã, Laurent Lagartempe, afirma em seu livro “Origins of Islam” que há muitas questões sobre a pessoa histórica de Maomé, e ele argumenta que o Corão é uma miscelânea de textos díspares, mais ou menos estabilizada apenas dois séculos após o início do Islã, para justificar a nova religião, e para servir como seu texto sagrado e rivalizar com o Antigo e o Novo Testamentos de Moisés e de Jesus  Cristo, respectivamente. Mas Lagartempe não contesta uma presença significativa do Judaísmo nem de sua influência no Corão.

Quanto aos argumentos históricos sobre os judeus estarem por trás do Islã, o livro de Pinay registra o bem conhecido papel que os judeus desempenharam em ajudar os árabes a conquistar a Espanha católica entre 711 e 788, reconquistada pelos espanhóis apenas em 1492. Lagartempe supõe razoavelmente que a conquista anterior do norte da África de 647 a 710 também foi auxiliada pelos judeus, porque esses países ao sul do Mediterrâneo, outrora partes de uma próspera cristandade, desde então permaneceram majoritariamente  sob o controle árabe.

No entanto, talvez o argumento principal que sustenta que os judeus estão por trás do Islã é o de ordem mais geral e dificilmente contestável que se apoia sobre o papel muito especial desempenhado na história do povo do Messias, Nosso Senhor Jesus Cristo. Para começar, a formação dos israelitas para este papel, pelo próprio Deus, estendida por mais de 2 mil anos de Abraão a Cristo. Observe no Antigo Testamento como especialmente Deus, recompensando-os ou punindo-os, formou-os como o berço do Messias vindouro. Ele concedeu aos judeus uma familiaridade muito especial com o único Deus verdadeiro, e eles nunca a perderam totalmente desde então. E essa familiaridade lhes dá uma habilidade especial para fabricarem religiões substitutas que parecem satisfazer as necessidades religiosas reais do homem.

Infelizmente, eles recusaram seu Messias quando Ele veio, e essa recusa lhes dá uma motivação especial para fabricar falsas religiões para afastar os homens de Cristo e da salvação eterna. Aqui está o motivo de Maurice Pinay poder mostrar como eles lutaram ocultamente por todos os séculos contra a Igreja Católica. Hoje eles estão, indiscutivelmente, por trás da invasão muçulmana das nações outrora católicas da Europa, para dissolver os últimos remanescentes da Fé, e então acabar com a oposição dessas nações à sua Nova Ordem Mundial.

Kyrie eleison.



Traduzido por Cristoph Klug.