quarta-feira, dezembro 28, 2016

Comentários Eleison: Cartão de Isaías

Comentários Eleison - por Dom Williamson
CDXCIII (493) - (24 de Dezembro de 2016):


CARTÃO DE ISAÍAS 


A Jesus Cristo todos os homens na terra devem se voltar,
Ou então, aqui ou no futuro, eles deverão queimar.

Se Deus Todo-Poderoso fosse enviar cartões de Natal, o que poderia escrever no Seu sobre a vinda do próprio Filho, que nasceu na terra como um Filho humano de uma Mãe humana? É verdade que Deus escreveu muitas coisas sobre o Messias através dos escritores que Ele inspirou diretamente para compor os livros do Antigo Testamento e, sem dúvida, uma das mais conhecidas dessas citações vem do profeta Isaías, no capítulo 9. No anterior, Isaías profetiza a desolação e a ruína que cairão sobre os judeus por causa de seus pecados. No 9, ele volta-se para a glória da era messiânica: uma grande luz iluminará a Galileia (província natal de Jesus) – versos 1 e 2. Então, a alegria, como no tempo da colheita ou depois de uma vitória militar (verso 3), virá, após a derrota dos assírios, assim como após a derrota dos midianitas para Gideão (verso 4), e os efeitos da guerra desaparecerão (verso 5). Isaías continua com o “cartão de Natal” (glorificado na música O Messias de Handel):

6: “Porquanto um MENINO NASCEU para nós, e um filho nos foi dado, e foi posto o principado sobre o seu ombro: e será chamado Admirável, Conselheiro, Deus Forte, Pai do Século Futuro, Príncipe da Paz. 7: O seu império estender-se-á cada vez mais, e a paz não terá fim; sentar-se-á sobre o trono de Davi e sobre o seu reino; para o firmar e fortalecer pelo direito e pela justiça, desde agora e para sempre; fará isto o zelo do Senhor dos exércitos”.

6: Assim, a razão suprema para a alegria é a vinda do Messias: para nós, para redimir a todos nós, nascerá um menino real e Filho, que levará o peso do mundo sobre Seu ombro (os Padres da Igreja consideram esse peso como o da Cruz); e com uma série de epítetos Isaías diz que o menino será: Admirável, Conselheiro, mais do que capacitado para aconselhar todas as nações sobre a verdadeira felicidade e prosperidade delas até o fim do mundo. O Deus Forte – Os estudiosos das Escrituras Talmúdicas fazem o máximo que podem para evitar admitir que Isaías está dizendo que o Messias será também Deus (como sabem os católicos, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade), mas o artigo definitivo no hebraico e o significado da expressão "Deus Forte" em todos os outros lugares do Antigo Testamento indicam fortemente que Isaías quer dizer exatamente isso. O Pai do Século Futuro – o Messias será um Pai verdadeiro e terno para a era messiânica por todo o sempre (Mt 11, 28).

7: Seu império estender-se-á – a Igreja Católica estender-se-á sobre todo o mundo, e não haverá fim para a paz porque a Igreja do Messias vai gerar paz onde quer que seja respeitada, até o fim do mundo. Ele será descendente real de Davi para sentar-se no trono de Davi, ao qual foi prometido que duraria para sempre (II Sm 7), como Nosso Senhor prometeu à sua Igreja (Mt 16, 18; 28, 20). Mas este reino será um reino do Rei dos Corações (Jo 12, 32), consolidado com juízo e com justiça, e não um reino do Valete de Paus, estabelecido pela força (Mt 26, 52; Jo 18, 36). Todas estas maravilhas virão do zelo do Senhor Deus, de seu ardente desejo de levar almas para o Céu a fim de compartilhar a eterna e ininterrupta felicidade com Ele, pelos séculos dos séculos.

O que torna difícil para nós hoje apreciar a gloriosa visão de Isaías sobre o futuro messiânico é que ela se transformou no passado maçônico. A quinta era da Igreja do Messias, a Era da Apostasia, começou há 500 anos, quando Lutero rompeu a cristandade, de modo que quando depois outros 200 anos ainda não era ainda óbvio para muitos homens que os benefícios da cristandade estavam já em vias de serem minados, os judeus-maçons puderam começar a persuadir os homens de que a Cristandade e Cristo não eram mais necessários. E nem mesmo os horrores de outros 200 anos, os do comunismo anticristão, desencadeados pela Revolução Russa e espalhados pelo mundo inteiro, conseguiram persuadir os homens de que desde Encarnação as únicas alternativas para qualquer civilização são Jesus Cristo e Sua Igreja Católica, ou então o Diabo. Mas esta é a verdade.

Feliz Natal, leitores!


Kyrie eleison.

sábado, dezembro 17, 2016

Comentários Eleison: Distinguir, Discriminar.

Comentários Eleison - por Dom Williamson
CDXCII (492) - (17 de Dezembro de 2016): 


DISTINGUIR, DISCRIMINAR


Quando tudo é verdade, não posso selecionar bem e escolher,
Mas quanto às mentiras em meio à verdade, rejeitá-las é um dever.


Se se deve crer na evidência aparentemente séria de milagres eucarísticos ocorrendo dentro do Novus Ordo Missae (NOM) – e se tais milagres podem mesmo acontecer frequentemente, um dos mais recentes parece vir de Legnica, também na Polônia (http://www.garabandal.org/News/Adoration_of_the_Blessed_Sacrament.shtml) no dia de Natal de 2013 – então, de fato, alguns de nós talvez precisemos fazer algumas reconsiderações. Eis como um leitor colocou: “Deus não pode contradizer-se; assim, seus milagres não podem contradizer os ensinamentos de Sua Igreja. Mas o NOM se afasta da doutrina católica essencial sobre a Missa. Portanto, ou os milagres são falsos ou o NOM é de Deus; e neste caso, qual seria a justificativa para os tradicionalistas se apegarem à Tradição? Pois se o NOM no coração da Neoigreja é confirmado por milagres, então a Neoigreja também é confirmada por Deus, e assim também os neopapas, e eu devo obedecê-los. Eu não posso selecionar bem e escolher, posso?”. Sim, você pode, e não somente você pode, mas deve, a fim de cumprir o seu dever absoluto de manter a fé.

Isso é assim porque outro nome para o que você chama de “selecionar bem e escolher” é “distinguir”. Todos nós precisamos distinguir o tempo inteiro. Isso é bom senso, e é isso o que faz Santo Tomás de Aquino do começo ao fim de sua miraculosa Summa Theologiae. Vamos examinar o argumento de nosso amigo.

O objeto que é base da disputa é o NOM. O NOM é um rito de Missa, um livro de centenas, senão de milhares de páginas, contendo muitas coisas. Do ponto de vista católico, o rito como um todo é inquestionavelmente mau, porque altera radicalmente o conceito da Missa: de um sacrifício propiciatório centrado em Deus para uma ceia comunitária centrada no homem. Como tal, uma vez que a maioria dos católicos vivem a sua religião assistindo à Missa, então quando seu conceito muda, sua religião, em efeito, muda. É por isso que o NOM é o principal destruidor da verdadeira Igreja, e o principal motor da Neoigreja. É por isso que o NOM, como um todo, não é apenas mau, mas extremamente mau.

Mas isso não significa que todas as suas partes, como partes, sejam más. Como partes, algumas ainda são católicas, porque, para enganar a massa de sacerdotes quando o NOM foi introduzido em 1969, elas não eram essencialmente diferentes do rito Tridentino da Missa, especialmente na Consagração. Não fosse assim e o tivessem recusado, o NOM não poderia ter feito seu trabalho de destruição da Igreja. Assim o NOM é, quanto às suas partes, parte bom e parte ruim, enquanto que, como um todo, é ambíguo, traiçoeiro, uma distorção.

Entretanto, no que diz respeito ao homem, “Para os puros todas as coisas são puras” (Tt. I, 15), e assim para as almas inocentes ainda não conscientes do seu perigo intrínseco para a Fé, ele pode, pela sua Consagração e partes boas, ainda dar graça e alimento espiritual, especialmente quando são menos sufocadas por um padre que torna as ambiguidades tão católicas quanto possível. E assim, quanto a Deus, Ele “escreve certo por linhas tortas”, diz o provérbio, e então as partes más do NOM precisam não o impedir de realizar milagres com as partes católicas para nutrir os inocentes e advertir os culpados.

Portando, por um lado, o NOM como um todo é muito mau, e os tradicionalistas são absolutamente necessários à Igreja para testemunhar a sua maldade, e para tornar disponível uma verdadeira Missa para quando as almas despertarem para a maldade do NOM, como elas têm feito em diferentes momentos e em diferentes ritmos, para que elas possam manter a Fé e suportar a crise. Por outro lado, o NOM é, em parte, ainda bom o suficiente para nutrir almas inocentes e permitir que Deus realize milagres, também para o alimento das almas ou para sua advertência. Deus não está confirmando o NOM como um todo, nem a Neoigreja como um todo, nem os neopapas como um todo, mas Ele está confiando em mim para usar o cérebro e a Fé que Ele me deu para discernir o bem do mal. Ele não quer robôs dementes em seu glorioso Céu!


Kyrie eleison.

*Traduzido por Cristoph Klug.

sábado, dezembro 10, 2016

Comentários Eleison: A Eleição de Trump

 Comentários Eleison - por Dom Williamson
CDXCI (491) - (10 de dezembro de 2016): 


A ELEIÇÃO DE TRUMP.


Por Trump devemos orar. Ocorreu no mês passado sua eleição,
E do Céu, desde então, ele estará precisando de proteção.

A coisa essencial a dizer sobre a eleição no mês passado de Donald Trump como o próximo presidente dos Estados Unidos é que é uma suspensão temporária dada por Deus depois de anos e anos de governo liberal, mas a menos que o próprio povo americano se volte seriamente para o Deus Todo-Poderoso, então essa suspensão será varrida por um retorno dos liberais que se dará com toda a força para destruir os Estados Unidos de uma vez por todas, tal como Hilary Clinton faria se tivesse sido eleita.

Ora, é verdade que muitas pessoas hoje não pensam na polística a relacionando a Deus Todo-Poderoso, mas esse é exatamente o problema. Excluí-Lo da vida, especialmente da politica, tem sido uma cruzada para maçons e liberais desde o final do século XVIII, que foi deles. O libertar-se de Deus tem sido a cruzada de sua religião substituta, o humanismo secular. Do mesmo modo, no século XX, o comunismo com ou sem este nome triunfou contra a natureza em todo o mundo porque age como uma religião, sendo, como diz Pio XI, o messianismo do materialismo. E o liberalismo e o comunismo são a razão pela qual todo o mundo ocidental se tem inclinado para a esquerda por centenas de anos.

E isso tem se dado sem dúvida porque um grande número de eleitores na eleição americana votou na candidata que perdeu. Ela era conhecida em toda a nação por suas mentiras, imoralidades e traições. Seu registro criminal era notório, incluindo a suspeita de ter sido responsável com seu marido pelo assassinato de mais de cinquenta homens e mulheres que se puseram no caminho de sua ambição e de suas carreiras. Como alguém medianamente decente poderia ter até mesmo pensado em votar nela, e que dizer da metade dos americanos ter votado (ela não venceu no Colégio Eleitoral)? O próprio Paul Craig Roberts, excelente comentarista da cena poltica americana, ficou perplexo com essa questão. A resposta que falta é certamente que aquela mulher encarnou a guerra contra Deus. Para os liberais, a liberdade é a sua religião. Que ela quebrou orgulhosamente todos os mandamentos de Deus foi um argumento não contra ela, mas a favor. Ela é uma santa do liberalismo.

Pois bem, seu conquistador, Donald Trump, não é, aparentemente, um homem especialmente piedoso, e ele ainda é liberal de várias maneiras – quem não é? – mas ele tem dentro de si uma boa dose daquela decência e generosidade antiquadas que costumavam ser típicas dos melhores na América e nos americanos. Portanto, ele está instintivamente contra pessoas ímpias, e depois de anos e anos de liberais presunçosos sob uma série de presidentes liberais a pisotear todos os americanos decentes, ele teve o suficiente, e entrou na política “para devolver a este país um pouco do que ele me deu”. E depois dos mesmos anos e anos do que de fato vinha sendo um sistema unipartidário, porque não havia desde o tempo do governador Wallace “um centavo de diferença entre os republicanos e os democratas”, Trump sacudiu o sistema, deu voz à frustração do povo, e uma multidão de almas decentes elegeu-o para o cargo. Mas o Sistema está furioso.

Portanto, ele deve agora pensar muito bem. Tornou-se presidente eleito com a força de instintos decentes contra a ideologia liberal. Mas isso é um êxito passageiro, porque lutar contra a ideologia com instintos é como combater tanques com uma zarabatana de atirar ervilhas. Para lutar contra uma ideologia falsa é preciso uma ideologia verdadeira e, para lutar contra a guerra a Deus é preciso paz com Deus, que dependerá dos termos de Deus e não dos homens. Ora, Deus é todo-poderoso e infinitamente bom, e pode desfazer o pior que seus inimigos podem tentar fazer contra Ele com o simples toque de Seu dedo mindinho, por assim dizer. Mas Ele não vai conceder a vitória sobre a Sinagoga de Satanás se sabe que as pessoas que está salvando vão voltar direto para Satanás. As pessoas devem afastar-se de Satanás e retornar sinceramente a Deus, que não pode ser enganado.

No mínimo o próprio Donald Trump deve orar – ACTS – com Adoração, Contrição, Ação de Graças (Thanksgiving) e Súplica. Deus tem estado com ele, para conceder essa suspensão. Incluamos todos a ele e ao Presidente Putin em nossas próprias orações, para prolongar a suspensão. De outro modo, logo ela poderá acabar.


Kyrie eleison.

domingo, dezembro 04, 2016

Comentários Eleison: Milagres no NOM?


Comentários Eleison - por Dom Williamson
CDXC (490) - (3 de dezembro de 2016):

MILAGRES NO NOM?


Católicos tradicionalistas devem ter a mente aberta:
Não somente a falta de Fé eles deixaram para trás.


Ano passado, nos Estados Unidos, suscitou-se uma séria controvérsia sobre se Deus pode fazer milagres dentro do âmbito da Missa Novus Ordo. Ora, se Deus realmente faz milagres sobrenaturais, é obviamente para que eles sejam cridos, e para que fortaleçam a fé sobrenatural das pessoas. E se Ele quer que algo fora da ordem natural seja crido, obviamente providenciará suficiente evidência para tal, como Lázaro saindo de sua tumba em frente a uma multidão de espectadores. Neste sentido, a evidência mais convincente é aquela de gênero material e físico, que de nenhum modo pode ser produzida por qualquer mente humana, por mais piedosa que seja, como o espetáculo luminoso do sol no outubro de 1917, em Fátima. Assim, qual é a evidência material e física de um milagre eucarístico que tenha ocorrido em qualquer Missa Novus Ordo?

Alega-se que um milagre desse tipo ocorreu na igreja paroquial de Sokulka, no leste da Polônia. Em 12 de outubro de 2008, um padre ordenado há cinco anos por um bispo polaco consagrado em 1980 deixou cair uma Hóstia Consagrada no degrau do altar, enquanto distribuía a Sagrada Comunhão. Ele parou para recolhê-la e colocá-la num pequeno recipiente com água, próximo ao Tabernáculo. Após a missa, este recipiente foi trancado dentro da sacristia para que a hóstia se dissolvesse na água, de modo que a Presença Real já não estivesse ali e a água pudesse ser descartada de modo seguro. Este procedimento é totalmente normal para tais acidentes na liturgia católica.

Mas no dia 19 de outubro, quando uma irmã da paróquia foi verificar a hóstia dissolvida, viu em seu centro algo de cor intensamente vermelha, como um coágulo de sangue. Ela imediatamente informou ao pároco, que foi com outros padres observar o que parecia ser um pedaço de carne viva. Todos os observadores ficaram profundamente impressionados. Em seguida, seguiu ao local o arcebispo, de Bialystok, com muitos diocesanos oficiais. Todos eles ficaram profundamente comovidos. Por instrução do arcebispo, no dia 30 de outubro a hóstia foi removida da água, transferida para um pequeno corporal e colocada no Tabernáculo para secar. Até o dia de hoje ela conserva a forma de um coágulo de sangue.

No dia 7 de janeiro de 2009, uma mostra da hóstia foi levada para ser examinada por dois patologistas, separadamente, na Universidade Médica de Bialystok, ali perto. O julgamento unânime de ambos, mas independente um do outro, foi que “de todos os tecidos dos organismos vivos, a mostra se assemelha mais a de um tecido miocárdico humano”, do ventrículo esquerdo do coração, típico de uma pessoa viva em estado de agonia. Mais ainda, ambos os patologistas descobriram, presumivelmente em seus microscópios, que as fibras do tecido miocárdico e a estrutura do pão estavam tão estreitamente unidas que qualquer possibilidade de fabricação humana estava descartada. Em 29 de janeiro, esta evidência material e física foi apresentada à Cúria Metropolitana em Bialystok, onde o julgamento oficial da Igreja sobre a origem sobrenatural do ocorrido é pacientemente aguardada. Nesta espera, disse o arcebispo em um sermão de outubro de 2009, que serão decisivos os frutos espirituais entre os católicos. Já houve um significante aumento na piedade e na prática religiosa dos católicos locais, e do exterior houve centenas de peregrinações, com numerosos milagres de cura e de conversão ocorridos.

Se a evidência material é crível, então em Sokulka Deus obrou mais um milagre eucarístico entre tantos ao longo dos séculos, para ajudar almas a acreditar em algo normal e suficientemente difícil de se crer, a saber, que Ele está realmente presente sob as aparências, uma vez consagradas, de pão e de vinho. Mas como isto é possível quando os católicos tradicionais sabem que a Nova Missa é a causa principal da destruição da Igreja pela perda da fé desde o Vaticano II? Uma resposta pode ser que o Sagrado Coração, sabendo que os pastores foram responsáveis pelo ambíguo NOM, recusou-se abandonar suas ovelhas, e continua a alimentá-las com o que é ainda católico em meio à ambiguidade. E em meio a toda essa relativa negligência da Neoigreja em relação à Sagrada Eucaristia, o evento de Sokulka é um assustador lembrete tanto para pastores, quanto para ovelhas: “Lembrai-vos com quem estais lidando – sou Eu, vosso Deus!

Kyrie eleison.

            Traduzido por Leticia Fantim.