domingo, março 18, 2018

Comentários Eleison: Inimigos Constantes

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DLVII (557) (17 de março de 2018)

INIMIGOS CONSTANTES



Não por muito tempo os inimigos de Deus seguirão vencendo.
Uma confiança plena n’Ele ir-nos-há fortalecendo.

Muitos leitores destes "Comentários" – mas não todos, absolutamente – devem ficar chocados e incrédulos sempre que estes continuam referindo-se aos judeus como sendo uma das principais fontes dos problemas na Igreja e no mundo de hoje. Isto ocorre porque desde a Revolução Francesa (1789), quando os maçons emanciparam os judeus e lhes deram liberdade para ocupar todas as posições de influência na sociedade, os judeus, com seu controle progressivo da política, das universidades e dos meios de comunicação em particular, apossaram-se cada vez mais das mentes das pessoas, e usaram esse controle que lhes foi concedido por gentios incautos para persuadirem a todos de que os judeus são as vítimas e não a causa das tensões constantes entre eles e o resto do mundo.

No entanto, na Idade Média, quando a Fé iluminou as mentes dos homens com o Caminho, a Verdade e a Vida, os Papas Católicos e os Concílios da Igreja publicaram um grande fluxo de documentos para fazer com que os cristãos se acautelassem dos truques dos judeus, e até mesmo para proibirem os cristãos, por sua eterna salvação, de associarem-se com os eles. Isso foi meramente "antissemitismo"? Em nossos dias, um professor italiano argumentou recentemente – e ele não está só – que os judeus são a força controladora dentro do Papado e da Igreja conciliar. Segue um breve resumo do argumento do professor, que pode ser encontrado na íntegra aqui.

O neomodernismo que devasta a Igreja Católica atualmente é o modernismo condenado por São Pio X, mas com um novo elemento acrescentado: o judaísmo talmúdico. Os judeus sempre se esforçaram para neutralizar a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, pois se Ele não é Deus, o catolicismo não é nada, e então o principal obstáculo para o domínio mundial está fora de seu caminho. Por exemplo, por que, em 2009, espalhou-se certa fúria pelo mundo por alguns comentários na televisão sueca que lançaram dúvidas sobre a existência de câmaras de gás homicidas na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial? O problema não pode ter sido apenas o Bispo que fez as observações. De fato, o alvoroço foi concebido em parte para prejudicar a tradicional Fraternidade Sacerdotal São Pio X, à qual o Bispo então pertencia, mas principalmente para forçar o Papa Bento XVI a afastar-se daquela Tradição Católica que está em consonância com a Fé da Idade Média. Assim, o Cardeal Ruini, Vicário emérito do Papa da diocese de Roma, declarou na época: "Ninguém que negue o 'Holocausto' pode ser um Bispo católico".

O professor prossegue dizendo que um grande passo adiante para esta colocação do "Holocausto" no centro da religião católica foi dado em 1965, quando o Vaticano II declarou em seu documento Nostra Aetate que a aliança de Deus com os israelitas no Antigo Testamento ainda é válida, o que significa que a redenção por Jesus Cristo já não é mais necessária para a salvação; em outras palavras, que a Igreja Católica já não possui unicamente a Verdade completa e não é o único meio de salvação eterna. A partir disso a importância religiosa de Nosso Senhor Jesus Cristo, abandonada pelo Vaticano II, foi imediatamente tomada pelos judeus e anexada ao seu "Holocausto". Por isso disse Abraham Foxman da B'nai B'rith em Nova York: "O Holocausto não é simplesmente um exemplo de genocídio, mas é um ataque quase bem sucedido contra o povo eleito de Deus; em outras palavras, contra o próprio Deus".

Assim, para os judeus, o "Holocausto" é um evento teológico, central para a nova religião que deve ser imposta ao mundo inteiro, e ante a qual todas as outras religiões devem curvar-se, a começar pelo Catolicismo. É por isso que os Bispos católicos que questionam o "Holocausto" devem ser silenciados e banidos, e a Igreja Católica deve fazer o que seus mestres talmúdicos lhe digam para fazer. E o professor italiano conclui que os "irmãos mais velhos" conseguiram-se tornar os guardiões incontestáveis da Igreja de Cristo.

Notem que esta tese exemplifica perfeitamente a afirmação de Tertuliano de que apenas a fraqueza dos católicos é a força dos judeus. A propaganda em favor do "Holocausto" decolou somente depois do Vaticano II. Antes do Concílio, as pessoas ainda tinham um pouco de bom senso para não acreditarem que cerca de duas vezes mais judeus do que o número de judeus que havia na Europa antes da guerra teriam sido exterminados.

Mas "não temais, pequeno rebanho" (Lc. 12, 32). Todo católico sabe que é Deus que terá a última palavra, e não os seus inimigos. Este final catastrófico da Quinta Idade da Igreja, através do qual estamos vivendo, está preparando o maior triunfo da Igreja em toda a sua história, e pagando adiantadamente por ele, a breve Sexta Idade, ou Triunfo do Imaculado Coração de Maria. Algum tempo depois poderá vir o maior triunfo em toda a história do mundo dos inimigos de Deus, o reinado de três anos e meio do Anticristo (Jo 5, 43), ou a Sétima Idade da Igreja. Mas logo em seguida virá a última palavra para acabar com todas as últimas palavras, o Juízo Geral, que pertence a Deus, e que restabelecerá perfeitamente a Sua justiça universal.

Kyrie eleison.

terça-feira, março 13, 2018

Comentários Eleison: Paternidade Hoje - III

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DLVI (556) (10 de março de 2018)



PATERNIDADE HOJE – III


O Paraíso é custoso, porém inestimável,
Ainda que meus esforços eu precise redobrar!


O CE 553 (“Paternidade Hoje – I”, de 17 de fevereiro) atingiu um nervo. Não é de surpreender. O Diabo tem praticamente toda a sociedade em seu poder. O campo de batalha se mudou para aquelas famílias que ainda não estão em seu poder. Pais, não desesperem de Deus (que é o que o Diabo quer que vocês façam), mas meçam a medida da gravidade da situação e vejam a lógica das duas contramedidas propostas por Deus através de Sua Mãe para esta situação. Então façam o melhor que puderem e entreguem seus filhos nas mãos de Nossa Senhora.

Muitos leitores reagiram até agora ao “Paternidade Hoje – I”, e certamente haverá mais. Um primeiro leitor lamenta que a análise do Pe. Delagneau se encaixe exatamente em sua própria família. No dia seguinte ao Natal, no ano passado, sua filha mais velha, com apenas 20 anos, virou as costas para a família, deixou o estilo de vida tradicional católico da família “de uma vez por todas”, e se entregou ao mundo com um casamento iminente, um contrato para o qual ela não está pronta. No entanto, uma centelha de esperança é que o jovem em questão não tem religião, o que significa que ele pode encontrar seu caminho para Deus com ela com mais facilidade do que se ele tivesse alguma religião! Outra centelha de esperança é sempre que a maternidade pode trazê-la de volta à realidade, como ela fez com Marya Shatova no romanece “Os Dêmonios” de Dostoievski (que viu o mundo moderno chegar).

Uma segunda leitora, dada a precisão do retrato do Pe. Delagneau dos jovens de hoje, pergunta-se por que estes “Comentários” recomendam aos homens jovens em geral que se casem. Ela escreve que quase não há homens ou mulheres genuínos ao redor, porque “o material básico mudou”. Não seria tempo, ela pergunta, de considerar a possibilidade de que Deus deseja que mais homens e mulheres permaneçam solteiros e sofram na solidão, mas pela liberdade dos compromissos familiares terem mais tempo para a luta celibatária e para o sacrifício? No local de trabalho, ela diz que a geração crescente de trabalhadores quer dinheiro, poder e tempo livre, que eles não têm ideia, mesmo em teoria, de qualquer ethos de trabalho, e quase todos vivem em pecado, com “parceiros” ou segundos esposos ou alguma perversão ou outra coisa. “Jesus, tenha misericórdia”, conclui.

Um terceiro leitor sugere que está certo que o Pe. Delagneau recorra aos pais, mas o que a Igreja está fazendo agora para defender as famílias? Considerando que o próprio leitor tem idade suficiente para ser capaz de olhar para trás com carinho para a década de 1960, quando sua própria mãe estava sempre em casa para cuidar dos filhos, agora ele diz que poucas famílias podem sobreviver sem que a mãe tenha que sair de casa para trabalhar, e as crianças devem ser entregues aos cuidados do estado, porque a Igreja oficial está na forca, e a Tradição Católica está distante. As condições de vida para as famílias são determinadas pelo estado, que não favorece as famílias e não tem nenhuma das habilidades da Igreja para poder ajudar com os problemas humanos de uma família. Este leitor conclui que estamos escravizados, como os judeus no Egito. Mas ele também diz que, como Deus deixou as famílias na situação de hoje, deve haver algo que elas possam fazer sobre isso.

De fato. "Onde há vontade, há um caminho", diz o provérbio. E o Concílio de Trento cita Santo Agostinho no sentido de que Deus não pode abandonar uma alma que não o abandonou primeiro. Como disse Solzhenitsyn, a Rússia nunca teria caído no inferno comunista se não tivesse dado as costas a Deus. O Deus Todo-Poderoso permitiu o inferno para que a "Santa Rússia" voltasse para Ele. Demorou vários anos, mas esse retorno a Deus agora está acontecendo em toda a Rússia, mesmo que a conversão ainda não seja católica. Paciência. A Consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria cuidará disso. "No sofrimento está o aprendizado". E agora famílias em todo o Ocidente consumista estão sofrendo intensamente. Paciência.

Os pais precisam acima de tudo compreender a urgência da necessidade de recorrer aos dois remédios de Nossa Senhora, o Rosário e a Devoção dos Primeiros Sábados, para fazer reparação ao seu Imaculado Coração. Pois quem pode dizer que qualquer um destes remédios é absolutamente impossível? Que os pais façam um verdadeiro esforço com ambos – cinco Mistérios com os filhos, outros dez individualmente, se possível, e o que for necessário para os Primeiros Sábados; e então, como Nossa Senhora poderia abandoná-los? Não é possível!

Kyrie eleison.

*Traduzido por Cristoph Klug.

segunda-feira, março 05, 2018

Comentários Eleison: Defendendo Menzingen

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Comentários Eleison – por Dom Williamson
Número DLV (555) (3 de março de 2018)



DEFENDENDO MENZINGEN    II


Por que alguns bons homens não conseguem ver onde o mal reside?
Quanto mais eles falham, mais a “Resistência” progride!

Não há dúvida de que alguns leitores destes “Comentários” não estão tão interessados em ler sobre o que lhes parecem meras disputas internas entre alguns poucos sacerdotes católicos. Que tais leitores não subestimem a importância dessas “disputas”. A religião dirige o mundo porque Deus existe, e o modo como os homens se posicionam em relação a ela (a religião) governa o modo como eles se posicionam em relação aos seus semelhantes (política). A Igreja Católica dirige a religião porque desde a Encarnação de Cristo o Catolicismo é a única religião fundada pelo único Deus verdadeiro. E a Tradição Católica dirige a Igreja Católica porque esta Igreja é tão essencialmente imutável como o próprio Nosso Senhor. E por quarenta e dois anos (1970-2012) a Fraternidade Sacerdotal São Pio X esteve na linha de frente da defesa da Tradição Católica porque era a única organização católica no mundo inteiro que efetivamente resistia à modernização infiel da Igreja pelo Concílio Vaticano II. Assim, todos os homens vivos, ateus, protestantes ou conciliaristas, especialmente sacerdotes e seguidores da FSSPX, estão preocupados com o problema de infidelidade à Tradição Católica dentro da FSSPX. Leiam, minha gente!

Outro defensor de Menzingen, o Pe. B., alistou-se nas fileiras para defender sua política de reintegração à Roma conciliar – chamá-lo-emos reconciliaristas – com um artigo na revista oficial mensal da FSSPX dos EUA. Desde que o Vaticano II separou da Verdade Católica a Autoridade Católica, que só existe para defendê-la e mantê-la, todos os católicos têm estado necessariamente mais ou menos esquizofrênicos – ou eles seguem a Autoridade e abandonam a Verdade, ou seguem a Verdade e abandonam a Autoridade, ou eles escolhem qualquer uma de uma variedade de combinações entre elas.

O fundador da FSSPX, o Arcebispo Lefebvre, escolheu a Verdade, mas manteve tanto respeito pelos detentores da Autoridade Católica quanto era compatível com a fidelidade à Verdade, e como resultado sofreu séria perseguição e condenação da parte de todos os católicos que mais ou menos preferiram a Autoridade. Ao contrário, seus sucessores na liderança da Fraternidade estão querendo devolvê-la à autoridade conciliar, daí que a partir de 2012 a Fraternidade tem sido oficialmente reconciliarista. Por essa mudança da FSSPX, da Verdade de seu fundador para a Autoridade conciliar, eles preencheram a Fraternidade de esquizofrenia, causando um movimento de “Resistência” contra seu “reconciliarismo”.

Durante a maior parte de seu artigo, o Pe. B. é católico em seus princípios, mas no fim é reconciliarista na aplicação destes. Assim, talvez para ajudar na reeleição do atual reconciliarista Superior Geral da Fraternidade, em julho, ele ataca a “Resistência”, não por sua adesão à Verdade, que é um ponto forte, mas por seu desprendimento da Autoridade Católica, em Roma e em Menzingen. Desta maneira, o Pe. B. diz, em relação a Roma, a “Resistência” existe em função de sua própria “facilidade e conveniência”, sob risco de ignorar o Papa e não reconhecer sua autoridade; em relação a Menzingen, está recusando o respeito e a obediência devidos; e ao criticar cada palavra pronunciada pelo Superior Geral, está semeando suspeitas e bloqueando os canais da graça.

Mas, Reverendo Padre, entre seus princípios católicos, o senhor mesmo reconhece a primazia da Fé. Mas, ora, o Vaticano II foi um desastre para a Fé ao tentar colocar o homem moderno no lugar de Deus. Assim, conciliarismo e reconciliarismo são ambos desastrosos, e ambos – os oficiais de Roma e o atual Superior Geral da Fraternidade – serão devidamente julgados. O problema não é a “Resistência”, que não “ignora” o Papa e certamente não está procurando sua própria facilidade e conveniência, porque é altamente desconfortável para os católicos serem privados de todo o apoio reconhecido da parte dos oficiais católicos supracitados. Assim, a “Resistência” não está nem caindo em “uma atitude cismática por si só” nem bloqueando os canais da graça. O problema é que o Concílio causa cisma, o Concílio envenena os Papas, e o Concílio sufoca a graça de Jesus Cristo. Se algo da verdadeira Fraternidade quiser sobreviver, o atual Superior Geral não deve ser reeleito, nem substituído por outro reconciliarista.

Kyrie eleison.



Traduzido por Leticia Fantin